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A indiana Bajaj Auto Limited é a terceira maior fabricante de motocicletas do mundo. Com foco nas motocicletas de baixa/média cilindradas e nas scooters, suas fábricas na Índia alcançam a capacidade produtiva de cerca de 7 milhões de unidades por ano. Para fortalecer sua atuação no Brasil, a Bajaj acaba de anunciar que fará uma fábrica de motocicletas no país, no Polo Industrial de Manaus (AM). Será a primeira unidade produtiva da marca fora da Índia e terá capacidade inicial de 20 mil unidades por ano, com inauguração prevista para o segundo semestre de 2024. Atualmente, os três modelos Bajaj disponíveis no mercado brasileiro – a Dominar 160, a Dominar 200 e a Dominar 400 – são montados em CKD na fábrica da Dafra, em Manaus. Desde o início das operações no Brasil, em dezembro do ano passado, a Bajaj entregou aproximadamente 2 mil motocicletas. Já são oito concessionárias em funcionamento, sendo cinco no Estado de São Paulo (duas na capital, uma em Campinas, uma em Jundiaí e uma em Santo André), em Florianópolis (SC), no Rio de Janeiro (RJ) e em Brasília (DF). Há planos para novas lojas nos próximos meses em Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA), e, até o final do ano, também chegará à região Norte. “A rápida expansão da nossa rede e os bons volumes entregues aliados ao feedback qualitativo dos atuais e potenciais consumidores foram fundamentais para encorajar a Bajaj Auto Limited a tomar a decisão de nos prepararmos para podermos oferecer um volume maior ao mercado”, afirma Waldyr Ferreira, Country Manager da Bajaj do Brasil. 

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O experiente executivo carioca de 47 anos, por sinal, é um dos trunfos da marca indiana no Brasil. Formado em Administração de Empresas pela Universidade de Brasília, com pós-graduação em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e em Gestão de Concessionárias pelo Ibmec, Ferreira acumula uma trajetória de 25 anos na indústria de quatro e de duas rodas. Começou na General Motors, passou pela Toyota e pela Peugeot e, há dez anos, foi para o segmento de motocicletas, no qual dirigiu as operações brasileiras na Harley-Davidson e na Triumph. “Foi motivo de muito orgulho ter sido escolhido pela diretoria da Bajaj para auxiliar na condução de um projeto como este, de pegar uma folha em branco, desenhar cenários, discutir, criar planos, aprová-los e tirá-los do papel, até chegar no momento que estou vivendo agora. É o sonho de todo executivo”, comemora Ferreira.

P – Quando anunciou a chegada ao mercado nacional, a diretoria da Bajaj na Índia disse que teria como lema “Entender para crescer”. A Bajaj já entendeu o mercado brasileiro? 

Waldyr Ferreira – Pelo fato de o Brasil tratar-se de um dos maiores mercados mundiais e o maior da América Latina, este aprendizado a respeito do mercado brasileiro está apenas no início, e entendemos que será uma constante e parte importante do processo de implementação e gestão da marca no país. O que podemos dizer sobre os sete primeiros meses da operação é que a aceitação da marca e dos produtos têm sido muito positiva por parte dos motociclistas em todo o país. Enquanto a nossa fábrica brasileira está sendo construída, continuaremos trabalhando em regime de importação dos conjuntos CKD e montagem local em Manaus. 

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P – No Brasil, mais de 70% das vendas de motocicletas são de uma única marca, a Honda. Como é atuar em um mercado tão monopolizado?

Waldyr Ferreira – Sem dúvida, é um grande desafio para a Bajaj iniciar suas operações em um mercado tão competitivo como o brasileiro, com marcas globais já consolidadas em operação. Precisamos ter uma visão de longo prazo e construir bases sólidas pensando dessa forma. A atuação com fábrica própria no Brasil, maior mercado de motocicletas da América Latina, auxiliará a empresa a ganhar “insights” sobre o desenvolvimento de produtos e o comportamento do consumidor, que contribuirão para o fortalecimento da presença da Bajaj em toda a região.

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P – A eletrificação é uma tendência em alta no segmento automotivo e, em particular, no setor de motocicletas. A Bajaj tem desenvolvimento de produtos elétricos? Há perspectivas de trazê-los para o Brasil?

Waldyr Ferreira – A Bajaj apresentou ao mercado brasileiro, durante o Festival Interlagos, realizado em julho em São Paulo, nossa scooter elétrica, a Chetak, um veículo já comercializado na Índia. O intuito foi entender as percepções do consumidor brasileiro. E os feedbacks obtidos durante o evento foram muito positivos, o que nos encoraja a avaliar de forma mais detalhada a viabilidade de introdução da Chetak em nosso mercado.

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P – Os juros elevados praticados atualmente no Brasil prejudicam a expansão das vendas da Bajaj no país? 

Waldyr Ferreira – Sabemos que os juros elevados são uma barreira ao consumidor que pretende financiar a aquisição de seu bem, independentemente do setor. Portanto, uma redução nas taxas significaria reais possibilidades de que juros menores sejam praticados no varejo, estimulando mais o consumo e possibilitando que mais consumidores adquiram suas motocicletas Bajaj. 

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P – Quais serão os novos produtos da marca no mercado brasileiro?

Waldyr Ferreira – Temos avaliado várias possibilidades, para que as decisões tomadas sejam acertadas. Nosso foco neste momento é 100% no segmento de motos street/urbanas e a Bajaj ainda possui outras opções de produtos dentro deste segmento. Naturalmente, parte do trabalho de longo prazo desenvolvido na matriz é avaliar oportunidades para introdução de novos produtos e atuação em novos segmentos, mas não há nada de concreto nesse sentido.

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Por  Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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