A Volvo encerrou 2022 com muita coisa para comemorar. A marca sueca com fábrica em Curitiba (PR) liderou o mercado de caminhões pesados e, nos ônibus, venceu a maior licitação de chassis Euro 6 na América Latina e foi a que mais cresceu em volumes no Brasil. Contudo, para 2023, a Volvo estima que o mercado de caminhões acima de 16 toneladas fique em cerca de 75 mil unidades no Brasil, bem abaixo dos 98 mil emplacados em 2022. “O acentuado aumento de custos decorrente da nova tecnologia Euro 6 e o impacto disso para o transportador é um dos fatores que farão diferença nas entregas deste ano. Além disso, pesam as condições econômicas adversas, notadamente os juros altos no Brasil”, justifica Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina.
Pela primeira vez, a Volvo ficou à frente na soma de todos os segmentos em que atua, incluindo semipesados. No total, entregou 24.093 caminhões (crescimento de 10%), sendo 18.747 veículos somente na classe dos pesados. Com 8.317 unidades emplacadas na versão FH 540, ocupou o topo do ranking de vendas de caminhões pesados no país pela décima vez, sendo a quinta seguida. Já nos semipesados, o VM 270 foi o modelo mais emplacado, com 4.732 unidades. Voltada principalmente para operações regionais, de média distância, a linha VM registrou um forte aumento nas vendas, com 8.676 unidades entregues, na soma das versões semipesadas e pesadas. “Foi o maior volume em toda a história da VM. Expandimos a comercialização em 38% no último ano”, contabiliza Alcides Cavalcanti, diretor-executivo de caminhões da Volvo do Brasil. Na versão Euro 6, que já começou a chegar nas concessionárias, o VM traz um novo motor de fabricação própria da Volvo, até 10% mais econômico e com potências maiores (290 e 360 cavalos) que o motor MWM anterior, além de vários outros avanços.
Na América Latina, outros mercados de destaque para os caminhões da Volvo foram o Peru, com 1.902 entregas (crescimento de 17%) e Chile (1.687 e 25%). Ao todo, a Volvo vendeu mais de 31 mil caminhões nos países do continente, sendo 28.627 licenciados. O Brasil representou 84% desse volume e, mais uma vez, foi o segundo maior mercado de caminhões da marca no mundo. Para 2023, a Volvo pretende começar a investir na eletrificação no mercado brasileiro. E alguns exemplares do pesado FM Electric devem começar a ser testadas no Brasil, visando à futura nacionalização da produção de caminhões elétricos.
Os ônibus da Volvo festejam uma expansão que quase dobrou (94%) o volume de vendas na América Latina. No continente, somaram 1.967 unidades, o que representa uma participação de 34% nas entregas mundiais da Volvo nesse tipo de veículo em 2022. No Brasil, onde foi a fabricante que mais cresceu em volumes, foram licenciados 658 veículos, com uma elevação de 220% somente no segmento de rodoviários. O ano foi marcado por grandes vendas para São Paulo (240 unidades) e para o Rio de Janeiro (cem). A Volvo foi ainda a vencedora da maior licitação de ônibus Euro 6 do continente, com entregas de 566 chassis para Santiago, capital do Chile. “A América Latina tem uma forte representatividade nos negócios da Volvo Buses global. Os países da nossa região são estratégicos para nosso negócio”, avalia André Marques, presidente da Volvo Buses Latin America. Apresentado na LatBus 2022, o chassi urbano 100% elétrico BZL começará a ser testado em mercados regionais. Ideal para aplicações urbanas, o ônibus pode ser equipado com três a cinco baterias e é movido por um ou dois motores, de 200 kW (272 cavalos) e torque de 80,4 kgfm cada um, com autonomia de 300 quilômetros. Em 2023, o BZL será demonstrado em cidades como Santiago, Bogotá, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
No embalo das vendas de veículos, a divisão de serviços financeiros da Volvo (VFS) repetiu os bons resultados que vêm alcançando nos últimos anos, fechando 2023 com uma carteira total de R$ 18,3 bilhões em ativos, uma elevação de 45% na comparação com o exercício anterior. Com uma participação de 38% nas entregas da Volvo, a VFS experimentou um aumento de 37% nos financiamentos, tendo inclusive um crescimento nas operações voltadas para peças e serviços. Mais uma vez, houve recorde na comercialização de seguros, com R$ 152 milhões em prêmios. Outro destaque foi a criação da Locadora Volvo, que firmou contratos de 200 unidades logo nos primeiros meses de operação. “Estamos sempre oferecendo novas soluções completas e flexíveis que atendam às demandas do mercado”, avisa Carlos Ribeiro, presidente da VFS América do Sul.
Por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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