Leo Doca/Transporta Brasil

A grande demanda por veículos urbanos de carga tem feito bem para o mercado brasileiro de vans, furgões e chassis-cabine. Com várias opções disponíveis, quem precisa transportar cargas leves nos centros urbanos acaba encontrando veículos modernos e que dão conta do recado. É o caso da Mercedes-Benz Sprinter, que acabou de fazer 25 anos de Brasil e celebrou com uma reformulação no interior e nos motores. O modelo chegou ao Brasil em agosto de 1997, apenas dois anos após seu lançamento na Alemanha, e a atual geração desembarcou no mercado brasileiro em 2019. Fabricada na Argentina, a plataforma Sprinter oferece uma gama de veículos com vários PBTs. Disponibilizada em quatro tipos de construção – van para passageiros, furgão vidrado, furgão e chassi com cabine –, a Sprinter conta com 87 possibilidades de configurações. Uma das mais procuradas é Street da Sprinter Truck, modelo 315 CDI chassi-cabine, com Peso Bruto Total de 3,5 toneladas – portanto, entra para a lista de veículos comerciais que podem ser conduzidos por motoristas habilitados com CNH categoria B.

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            No modelo, os novos propulsores OM 654, que também são fabricados na Argentina, atendem às normas de emissões Euro 6 e Proconve L7 e são equipados com sistemas EGR e SCR de pós-tratamento e redução dos poluentes – utiliza o Arla 32. A transmissão é ZF manual de 6 velocidades. O motor DOHC de quatro válvulas em linha de quatro cilindros e turbocompressor, com um eixo balanceador secundário de dois eixos, utiliza um bloco 100% moldado em alumínio, pesa 35 quilos a menos do que o anterior. Entrega 150 cavalos de potência, sete a mais em comparação às versões anteriores. O combustível é fornecido por meio de um sistema de injeção direta Common Rail. A taxa de compressão de 15,5 é ligeiramente inferior a 16,2 do motor anterior, reduzindo o ruído de combustão. As emissões de NOx, HC e PM são reduzidas alterando a forma da coroa do pistão e a adoção de pistões de aço. Segundo a Mercedes-Benz Vans, os novos veículos têm melhor desempenho e menor consumo, chegando à faixa de 6% de economia em trechos urbanos e de 11% nos rodoviários.

Primeiras Impressões

No trânsito metropolitano

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            A versão testada da Mercedes-Benz Sprinter Truck 315 CDI estava implementada com uma carroceria aberta granel de alumínio, com fácil abertura da tampa e bom acesso às cargas. Faltava apenas um pouco de opções de ancoragem para a amarração das cargas, mas nada que prejudicasse o uso do veículo. O assento é confortável e a posição de direção não cansa o motorista. É possível até esquecer que se está a bordo de um “quase caminhão”. Por dentro, a Sprinter apresenta o padrão Mercedes-Benz de acabamento e realmente lembra características da linha de carros de luxo da marca. O volante multifuncional tem várias funções e o computador de bordo, acessível na pequena tela do cluster, mostra funções como nível de óleo, quilometragem das viagens e pressão dos pneus. O sistema conta com ar-condicionado digital de série, e o veículo tem acomodação para o motorista e mais dois ocupantes. Destaque para a central multimídia e o sistema MUBX, que tem tela grande e muitas opções de configurações. É fácil de se sentir em um carro de passeio a bordo da Sprinter. O modelo é conectado e pode utilizar os serviços de telemetria e gestão de frotas da marca, com aplicativos de produtividade e monitoramento.

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O teste compreendeu um trajeto de cerca de 250 quilômetros pelas ruas de São Paulo, na Zona Sul, e pelo ABC Paulista, principalmente em São Caetano do Sul e Santo André, com pouco mais de meia carga. Transportando sacos de areia e cimento, o consumo médio total foi de 10,9 km/l de diesel, apenas em trechos urbanos. A alavanca de câmbio é acoplada próximo ao painel, o que ajuda na ergonomia e traz conforto para o motorista. O trabalho de transportar o dia todo dirigindo uma Sprinter e trocando marchas é agradável. Não se chega do final da jornada esgotado ou com dores. As trocas de marcha são precisas e “bem encaixadas”, e o sistema do veículo tem um assistente que mostra no painel a sugestão de marcha ideal para cada momento, de acordo com o giro do motor.

Leo Doca/Transporta Brasil

            Além dos sistemas eletrônicos de controle de frenagem, tração e estabilidade de série, os veículos saem equipados de fábrica com o sistema ABA, que consiste em um conjunto de câmera, radar e sensores para a leitura da via em busca de obstáculos. Caso haja risco de colisão, o sistema avisa com alarmes sonoros e visuais e, se nada for feito, o veículo freia sozinho para evitar o acidente. O veículo é equipado ainda com sistemas eletrônicos de anti-tombamento e de vento lateral. O trajeto incluiu alguns trechos de asfalto bem liso e molhado. As curvas são feitas de forma equilibrada e não apresentam nenhuma “emoção” indesejável. O veículo acrescenta o assistente de fadiga, que avisa no display o momento de parar para descansar, e o assistente de partida em rampa. Os freios são hidráulicos a disco em todas as rodas, com o conjunto frontal autoventilado. A direção é elétrica e tem boa precisão e giro de manobra. E a tradicional tração traseira da Sprinter é uma característica a ser salientada, pois proporciona viagens bem “assentadas” e seguras.

Por Leonardo Helou Doca de Andrade, do “Transporta Brasil”, especial para a AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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