Aldo Tizzani/”MinutoMotor”

Pune/Índia – “Entender para crescer”. Com esta frase curta e ‘enigmática’, Rakesh Sharma, diretor da Bajaj Auto, deixou claro que os primeiros passos da marca indiana serão estratégicos no Brasil. Ou seja, será um desembarque cadenciado, firme e certeiro para conhecer o perfil do consumidor. Em coletiva oficial para a imprensa especializada brasileira na sede da empresa na cidade de Pune, Estado de Maharashtra, Sharma informou que os kits das motos Bajaj já estão em alto mar e serão montados em Manaus (AM) na fábrica da Dafra, no sistema CKD (Complete Knock Down). “Esta é uma grande oportunidade de apresentarmos nossos produtos aos brasileiros. O crescimento na produção e nas vendas será gradativo, como aconteceu em outras partes do mundo”, explicou o executivo indiano. 

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            Com 75 anos de história e atuando de forma oficial em 79 países, a Bajaj Auto é considerada a terceira maior fabricante de motos do mundo, com projeção de volume na casa de mais de 6,3 milhões de unidadesanuais. De cada três motos que deixam a Índia, duas são Bajaj. Essa proporção também confere a marca o título de ser a maior exportadora do país asiático. A montadora conta com quatro fábricas: Waluj, Chakan, Pantnagar e Akurdi (exclusiva para a scooter elétrica Chetak). Só na Índia, a Bajaj tem quase 1.500 pontos de venda – no mundo, são mais de 6 mil revendas. A Bajaj tem ainda participação acionária em marcas de motos europeias, como a austríaca KTM, a sueca Husqvarna e a inglesa Triumph. A marca indiana será responsável por produzir as motos de baixa e média cilindradas da Triumph. Atualmente, a empresa conta com quatro linhas de produtos: motos, scooters, utilitários de três rodas e o Qute, automóvel subcompacto de quatro lugares. Em duas rodas, a marca tem modelos equipados com motores de 100 cc (street Platina 100) até 400 cc (naked Dominar 400), passando pelos modelos utilitários Boxer e CT 110 e Avenger 160/220 (custom). A linha com mais modelos é a Pulsar, que pode oferecer versões de 125, 150,160, 200 e 250 cc. 

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            Para comandar a operação no Brasil, a Bajaj contratou Waldyr Ferreira, executivo com passagens pela Triumph, Harley-Davidson e Peugeot. Carioca de 46 anos, Ferreira é formado em Administração de Empresas pela Universidade de Brasília e tem dois MBA, um em marketing e um em gestão de concessionárias. A missão do executivo é fazer a marca conhecida e montar toda a estrutura para o desembarque da gigante indiana no Brasil. Suas atribuições estão ligadas à nomeação de concessionárias, pós-vendas e estoque de peças de reposição no país. “Por motivos estratégicos, ainda não divulgaremos quais motos Bajaj serão montadas no Brasil. O que posso afirmar é que teremos bons produtos e preços competitivos. Depois da nomeação das primeiras concessionárias, as vendas devem começar em setembro”, avisa Ferreira. 

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            Os produtos Bajaj mais cotados para o Brasil são as linhas Pulsar (160, 200 e 250 cc) e Dominar (400 cc), além da recém-lançada Chetak, scooter elétrica que ganhou uma nova linha de montagem exclusiva em Akurdi, com capacidade produtiva de 500 mil unidades por ano. As motos indianas passarão por ajustes no sistema de injeção de combustível devido ao alto nível de etanol misturado com a gasolina brasileira. Os modelos deverão perder alguns itens indianos como o suporte de placa dianteiro e protetores laterais de motores e da roda traseira. Dependendo da aceitação das motos Bajaj no Brasil, a marca indiana promete produtos mais alinhados com o perfil de uso do motociclista nacional. A criação de uma trail é uma das possibilidades.

Aldo Tizzani/”MinutoMotor”

Por Aldo Tizzani, do “Minuto Motor”, especial para a AutoMotrix– Fotos: Aldo Tizzani, do “Minuto Motor”

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