Em outubro do ano passado, a Ford lançou no Brasil a versão de passageiros Minibus da Transit. Agora, chega às mais de cem concessionárias brasileiras da marca a Transit Furgão, van de carga para atender ao segmento de maior volume deste mercado – transporte de mercadorias, e-commerce e ambulância, que respondem por cerca de 63% das vendas do segmento de vans grandes. Produzido na mesma fábrica da versão de passageiros, construída no Uruguai em parceria com a Nordex, o novo modelo é mais um passo na consolidação da Divisão de Veículos Comerciais da Ford América do Sul, criada como parte da Ford Pro, organização global da marca para o atendimento de clientes comerciais. “A Transit foi projetada para oferecer máxima produtividade para o transportador, com baixo custo total de operação, segurança, conforto e uma assistência de pós-venda preparada para manter o veículo sempre rodando”, explica Guillermo Lastra, diretor da Divisão de Veículos Comerciais da Ford América do Sul. O preço da Transit Furgão parte de R$ 239.900.
A Transit foi lançada há mais de 60 anos e já superou a marca de 10 milhões de unidades produzidas. Líder de vendas na América do Norte e na Europa há seis anos seguidos, a van é a base do novo negócio global de veículos comerciais da Ford. A marca passa por um momento de transição global que se refletiu fortemente no mercado brasileiro nos últimos anos. Em fevereiro de 2019, anunciou o encerramento da produção de caminhões na fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo, depois de 52 anos contínuos. Em janeiro de 2021, foram fechadas as fábricas de automóveis da marca em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), que produziam os compactos Ka e EcoSport, e também a da Troller, marca cearense controlada pela Ford e responsável pelo utilitário esportivo T4. Desde então, a Ford vende no Brasil apenas veículos importados. Além das versões Minibus e Furgão da Transit, que vêm do Uruguai, comercializa as picapes Ranger (da Argentina) e Maverick (do México), os utilitários esportivos Bronco (do México) e Territory (da China) e o cupê esportivo Mustang Mach 1 (dos Estados Unidos).
Novata nas vitrines brasileiras da marca, a Transit Furgão oferece duas opções de modelos, ambos com teto alto: o L2H3, versão de comprimento médio, com volume de 10,7 metros cúbicos e capacidade de 1.222 quilos, e o L3H3, variante de comprimento longo, com volume de 12,4 m3 e capacidade de 1.181 quilos. O novo furgão está disponível em duas cores, prata e branca, e pode ser dirigido por motoristas com habilitação da categoria B, por ter PBT de 3,5 toneladas. O modelo pode ser adaptado para várias aplicações por meio de implementadores que contam com a assistência da fábrica no desenvolvimento de projetos. O motor é o mesmo turbodiesel EcoBlue 2.0 apresentado na versão Minibus, com 170 cavalos e 39,7 kgfm. Do mesmo modo que a versão de passageiros, a configuração de carga tem tração traseira. Segundo a Ford, ela melhora a performance e tem menos desgaste de pneus, freio e embreagem. A transmissão manual de 6 velocidades é a mesma nas duas versões, assim como o Auto Start-Stop, que desliga o motor quando o carro está parado e em ponto morto, para economizar combustível. Na Turquia, nos Estados Unidos e na China, já está em produção a versão totalmente elétrica E-Transit, que deverá chegar ao Brasil até 2023.
Dentro dos parâmetros apresentados com a Transit Minibus, a configuração Furgão segue o conceito de “escritório sobre rodas”, desenvolvida para empresas, empreendedores e autônomos que usam o veículo como ferramenta de trabalho e não podem parar. Um dos diferenciais do veículo é a conectividade gratuita de série, com recursos como o acompanhamento preventivo inteligente e relatórios com indicadores para o negócio. A van da Ford vem com modem de fábrica, o FordPass Connect, totalmente integrado à arquitetura eletrônica, permitindo antecipar possíveis ocorrências e ganhar agilidade no reparo, aumentando a produtividade do veículo. A tecnologia coloca comandos e informações na palma da mão do cliente pelo celular. Com o FordPass, é possível conferir a quilometragem, o nível de combustível, localizar o veículo remotamente, agendar e acompanhar serviços online e receber relatórios mensais com indicadores para o negócio, como consumo de combustível e de Arla 32/Adblue e distâncias percorridas. A central multimídia Sync Move tem tela de 8 polegadas e vem com Waze e outros aplicativos nativos disponíveis na App Store. A câmera de ré com acesso rápido permite ao motorista visualizar a traseira com o veículo parado. A central conta ainda com conexão para Android Auto e Apple CarPlay, comandos de voz, Bluetooth, atualizações “over the air”, duas entradas USB e duas tomadas de 12V.
Primeiras impressões
Para levar e trazer
Na geração anterior, a Transit já foi vendida no Brasil de 2008 a 2014, quando era importada da Turquia. Naquela época, era um modelo bem mais bruto, com jeito de “pequeno caminhão”. Já a nova Transit produzida no Uruguai, apresentada há seis meses na versão Minibus e que agora estreia a configuração Furgão, é um veículo mais aprimorado e suave, com um comportamento dinâmico aproximado dos carros de passeio. O motor turbodiesel EcoBlue 2.0, com 170 cavalos e 39,7 kgfm, tem seu trabalho aprimorado pelo eficiente câmbio manual de 6 marchas. A transmissão tem engates suaves e conta com assistente de trocas no painel – há estudos para uma versão com câmbio automático, ainda sem definição. Uma característica que contribui bastante para a evolução da dirigibilidade e da performance é a tração traseira. A força do conjunto mecânico fica evidenciada na resposta dinâmica do acelerador, principalmente em subidas íngremes, quando o torque elevado se faz sentir. O Auto Start-Stop desliga o motor nas paradas e aumenta a economia de combustível no trânsito da cidade. Os três modos de condução com ajuste automático para diferentes tipos de piso – “Normal”, “Eco” e “Escorregadio” – ajudam o condutor a obter o desempenho adequado a cada situação.
Para o conforto do motorista, além de banco com ajuste em quatro posições, a Transit Furgão traz itens como mesa auxiliar, compartimento sob o banco do passageiro e amplo console de teto. Os comandos estão sempre a mão, com uma ergonomia correta. A direção elétrica ajuda nas manobras de estacionamento e o volante multifuncional com ajuste de altura e profundidade contribuem para aprimorar a dirigibilidade – o diâmetro de giro é de 11,9 metros e de 13,3 metros nos modelos médio e longo, respectivamente. O conforto da suspensão e o isolamento acústico da cabine também chamam a atenção. A segurança é realçada pelo sistema AdvanceTrac, que inclui controle eletrônico de estabilidade e tração, de torque em curvas e anticapotamento e adaptativo de carga, assistente de partida em rampa e estabilização de vento lateral. A Transit Furgão vem com luzes de frenagem de emergência, sensor de estacionamento, airbags frontais e cintos de segurança de três pontos para motorista e dois passageiros. Já as tecnologias semiautônomas de assistência ao motorista disponíveis na versão Minibus – como piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa e assistência autônoma de frenagem com detecção de pedestres – foram descartadas na variante Furgão. Conforme a Ford, a busca por custos mais competitivos na versão de carga explica essa ausência.
por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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