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Em 5 de julho de 1979, chegava às ruas brasileiras o primeiro carro a álcool de produção em série do mundo: o Fiat 147. E no dia 24 de março de 2003 era apresentado ao Brasil o primeiro automóvel que rodava com gasolina ou etanol em qualquer mistura, o Volkswagen Gol Total Flex. Atualmente, mais de 70% da frota de automóveis em circulação no Brasil é composta por veículos flex, mas muita gente ainda tem dúvidas sobre o que colocar no tanque. Em tempos em que a gasolina já atinge o valor de R$ 8 por litro em algumas regiões brasileiras, saber o que é “fake” ou verdade sobre os combustíveis é uma informação valiosa para quem precisa economizar. “Há algumas crenças que surgiram muitas décadas atrás e que realmente eram verídicas. Mas a engenharia automotiva mudou muito. O avanço dos motores e as novas tecnologias melhoraram o desempenho dos veículos e acabaram com muitos mitos antigos”, explica Gilberto Pose, especialista em Combustíveis da Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, que se propôs a ajudar a desmistificar as dez “teorias” mais conhecidas sobre os veículos flex.

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Dez principais “teorias” brasileiras sobre os veículos flex

Teoria 1) Nos veículos flex, não é recomendado misturar etanol e gasolina. Precisa acabar com um tipo de combustível para poder trocar por outro

Mito – Os motores flex foram produzidos para receber etanol e gasolina independentemente da proporção dos combustíveis no tanque. “O sistema de injeção dos carros flex tem uma central eletrônica que identifica a proporção de etanol e gasolina no tanque e automaticamente faz a melhor regulagem da queima do combustível. Assim, o motor tem a eficiência de potência e de consumo ideal”, esclarece Pose. Vale lembrar que a gasolina brasileira tem 27% de etanol anidro em sua composição, ou seja, mesmo abastecendo com gasolina, há álcool no combustível.

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Teoria 2) Etanol causa falha na partida a frio.

Mito e verdade – Nos carros mais antigos, a partida a frio com etanol pode ser mais difícil, sim. “Se o motor falhar, não insista! Forçar pode encharcar as velas e danificá-las. Nesses casos, é recomendável aguardar alguns instantes para que o vapor do combustível evapore”, recomenda Pose. O motorista deve ficar atento se mesmo com o reservatório de gasolina o motor falhar em dias frios. Pode ser indicativo para um combustível de má qualidade ou algum problema no sistema. Nos veículos mais novos, esse problema não existe. Mais eficientes, os sistemas de injeção atuais dispensam o famoso tanquinho de gasolina. Para ligar o motor, basta aguardar as luzes da injeção eletrônica se apagarem no painel.

Teoria 3) Tanquinho de partida a frio deve ser abastecido com gasolina aditivada.

Verdade – O aditivo aumenta o período de resistência à oxidação, dando maior estabilidade aos combustíveis. Por ser usado com menos frequência, o ideal é que o tanque de partida a frio seja sempre abastecido com combustível aditivado.

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Teoria 4) O primeiro abastecimento de um veículo flex zero-quilômetro deve ser com gasolina.

Mito – Ainda na montadora, os veículos passam por testes e são abastecidos com gasolina. No primeiro abastecimento com um combustível diferente, a central eletrônica do sistema de injeção precisa só de alguns minutos para reconhecer o combustível e fazer as adaptações necessárias. O manual do proprietário recomenda que ao trocar o combustível, o motorista deve manter o carro ligado por cerca de 15 minutos, para a central eletrônica fazer esse ajuste.

Teoria 5) Em carros flex, é preciso revezar o combustível.

Mito – A central eletrônica dos veículos flex está preparada para se adaptar ao consumo do combustível automaticamente. Abastecer apenas com gasolina ou apenas com etanol não “vicia” o veículo. “Para o motorista, a grande vantagem do motor flex é a liberdade para optar pelo melhor custo-benefício na hora de abastecer”, tranquiliza Pose.

Teoria 6) O que “suja” o motor é o lubrificante, não a gasolina.

Verdade – Os lubrificantes são um dos principais responsáveis pela formação de resíduos prejudiciais ao bom funcionamento do motor. Com o tempo, os vapores liberados naturalmente pelos lubrificantes se depositam nas válvulas de admissão e na ponta dos bicos injetores, bloqueando a livre passagem de combustível e reduzindo o desempenho do veículo.

Teoria 7) Gasolina aditivada é mais pura.

Mito – O que define a qualidade da gasolina é o processo de refinamento. No Brasil, a maioria da gasolina é refinada pela Petrobras ou importada. É nas refinarias que a gasolina comum é produzida e, consequentemente, onde o teor de pureza é definido. Depois, a gasolina é fornecida às distribuidoras, que misturam seus aditivos exclusivos. 

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Teoria 8) Combustível aditivado aumenta a potência do motor.

Mito – O que difere na potência é o número de octanagem do combustível.

Teoria 9) Abastecer com combustível aditivado só uma vez já é o suficiente.

Mito – Um veículo frequentemente abastecido com combustível comum pode ter muito resíduo acumulado nas partes internas do motor. Para uma limpeza completa, é preciso abastecer de quatro a cinco tanques com combustível aditivado.

Teoria 10) Etanol já é puro, não precisa ser aditivado.

Mito – O mais indicado para motoristas de veículos flex que preferem etanol é abastecer com a versão aditivada.

Por: Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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