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Combinar o máximo de eficiência com um mínimo de materiais convencionais. Essa foi a proposta da Mercedes-Benz para encontrar o automóvel do futuro. O resultado se materializou no dia 3 de janeiro de 2022, com a apresentação mundial do Vision EQXX. “Impressionante!” É o adjetivo mais comportado que o 100% elétrico da Mercedes pode provocar em quem o vê. Para transformar uma tela de computador em branco em um carro físico em apenas 18 meses, os engenheiros da marca da estrela de três pontas trabalharam estreitamente com o maior laboratório de pesquisas da indústria automotiva, a Fórmula-1, sempre com ajuda da Inteligência Artificial. Com 2,80 metros de distância de entre-eixos e 1.750 quilos de peso total, o Vision EQXX carrega muita coisa vinda da Fórmula-1, desde a parte elétrica do trem de força até, e fundamentalmente, a aerodinâmica, passando pela incansável busca pela perda de peso. 

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De acordo com a Mercedes, em uma viagem de longa distância, um carro elétrico puro gasta dois terços de sua energia para abrir caminho pelo ar. Com 0,17 de coeficiente de arrasto (Cx), o Vision EQXX só perde para o Cx de um pinguim. Isso mesmo! A graciosa ave habitante do Polo Sul tem um Cx de 0,05, enquanto o EQS (um dos carros que deram origem ao EQXX) tem 0,20, um jogador de futebol americano, de 0,18 a 0,2, um ciclista, de 0,6 a 0,8, uma pessoa caminhando normalmente, de 0,8 a 1,2, e um paraquedista, de 1,1 a 1,3. Para tal, até os mínimos detalhes foram pensados no desenvolvimento do Vision EQXX, desde os pneus com reduzido atrito com o solo a um difusor que é recolhido ao interior da traseira quando o veículo pede menos arrasto aerodinâmico, outra contribuição da Fórmula-1. Nas corridas, o piloto aciona o DRS (espécie de abertura de asa traseira) nas retas para diminuir o Cx e ganhar velocidade, deixando o “bólido” com menor arrasto dinâmico.

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Para aumentar a autonomia sem fazer crescer o tamanho da bateria – sempre dentro da filosofia de mais por menos –, o Vision EQXX utiliza uma bateria bem menor e mais leve em relação à usada pelo EQS e com um consumo de energia de menos de 10 kWh por cem quilômetros percorridos. O EQXX tem uma autonomia de mil quilômetros, podendo ser aumentada em 25 quilômetros com auxílio de painéis ultrafinos localizados na capota do carro e que captam a energia solar. A autonomia do elétrico da Mercedes é suficiente para se ir de Berlim a Paris, da cidade de Nova York a Cincinnati, em Ohio, ou de Pequim a Nanjing, na China. Com base nas distâncias médias percorridas por ano, um motorista nos Estados Unidos ou na China teria de recarregar totalmente o Vision EQXX duas vezes por mês, enquanto na Europa, apenas uma vez. O modelo da Mercedes tem 150 kW de potência (204 cavalos). A marca alemã não divulgou os números de acelerações nem a velocidade final do carro. “Uma das melhores maneiras de melhorar a eficiência é reduzir as perdas. Trabalhamos em todas as partes do sistema para reduzir o consumo de energia e as perdas por meio do design do sistema, da seleção de material, da lubrificação e do gerenciamento de calor. E nossas ferramentas de simulação nos ajudaram a descobrir rapidamente o que funciona e o que não funciona”, explica Eva Greiner, engenheira-chefe do Sistema de Transmissão Elétrica da Mercedes-Benz. No Vision EQXX, 95% da força é transferida diretamente para as rodas.

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O Mercedes Vision EQXX utiliza vários materiais recicláveis na sua produção, todos vindos da natureza e até de lixões. Os tapetes são feitos 100% em fibra de bambu. Além de ser de rápido crescimento e renovável, a matéria-prima natural oferece uma aparência luxuosa. A Mercedes-Benz escolheu os materiais sustentáveis, inovadores e de alto desempenho por eles terem o potencial de substituir todos os tipos de produtos derivados de petróleo e de animais usados ​​atualmente em aplicações automotivas. Afinado com o filme “Avatar”, do diretor canadense James Cameron, os materiais recicláveis do EQXX mostram um caminho para um design de luxo e conservando recursos não renováveis da natureza.

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Em outros lugares, o Vision EQXX faz uso extensivo de materiais reciclados, como garrafas PETs transformadas em um tecido cintilante para melhorar a área do piso e o acabamento das portas. Mais acima no interior, os designers usaram material feito de 38% de garrafas PETs recicladas para criar um efeito envolvente ligando a borda superior de uma peça com as portas e o forro. O interior também apresenta material UBQ, um substituto sustentável de plástico feito a partir de resíduos domésticos e de aterros sanitários. “Trabalhar com esses materiais sustentáveis ​​para projetar o interior do Vision EQXX foi uma experiência extremamente libertadora e estimulante. Eles abrem ‘avenidas’ completamente novas de criatividade, com acabamentos visuais e táteis muito requintados. A sensação sofisticada do interior por meio do uso de iluminação ambiente, bem como detalhes em prata, ouro rosa e preto brilhante, é uma interpretação altamente progressiva do luxo moderno para a era totalmente elétrica”, revelou Gorden Wagener, diretor de Design da Mercedes-Benz.

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A “cereja do bolo” da cabine do Vision EQXX é a enorme tela de alta resolução de 8K (7.680×660 pixels) de 47,5 polegadas (120 centímetros) que se estende de ponta a ponta do painel principal e pode ser separada em várias outras telas com imagens ou gráficos diferentes em cada uma. Ela substitui a tradicional multimídia MBUX da Mercedes. No futuro, existe a possibilidade de desenvolver o primeiro sistema de navegação 3D em tempo real em parceria com o Navis Automotive Systems. Como um companheiro de viagem, a grande tela “cinemascope” ajuda na navegação, na seleção de músicas e pode ser um guia apontando locais de interesse e informações ao longo do caminho. Pode até oferecer uma dica sobre o estilo de direção. Todas as funções são assumidas pelo carro, permitindo ao condutor e aos passageiros relaxarem e desfrutarem da viagem sem preocupações.

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Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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