Antes da estrada
Com a chegada das férias de verão, muitos se preparam para fazer aquela viagem mais longa sobre duas rodas. Para auxiliar o motociclista a aproveitar a estrada com segurança, a Motul – multinacional francesa especializada em lubrificantes e fluidos de alta tecnologia – listou sete itens que precisam ser revisados antes de colocar a moto para rodar. “Os itens devem ser verificados não só para proteger as peças mecânicas e manter a durabilidade do conjunto, mas para garantir a segurança do condutor, uma vez que a quebra desses componentes pode levar a um acidente”, afirma Marcelo Rocha, engenheiro de Aplicação da Motul Brasil.
1) Lubrificante do motor – Caso a última troca de óleo do motor tenha sido feita há mais de 12 meses, é importante substituir o lubrificante, mesmo que a quilometragem não tenha sido atingida, porque o óleo envelhece mesmo com o motor parado.
2) Líquido de arrefecimento – Checar o nível e completar, caso necessário. “É importante fazer a substituição no intervalo correto, porque parte dos aditivos é perdida com o passar da quilometragem ou do tempo, o que impede a solução de proteger o motor de uma corrosão”, aponta Rocha.
3) Fluido de freio – Conferir a janela de uso do fluido de freio, por tempo e quilometragem. Se a solução estiver antiga, o fluido estará contaminado por água, o que reduz a temperatura máxima de trabalho. Caso exceda essa temperatura durante a viagem, a moto enfrentará falha no freio.
4) Corrente – Observar se a corrente está lubrificada, o que é uma condição para ter um correto funcionamento na estrada. Além de estar lubrificada, a corrente precisa ter a folga ajustada da forma correta.
5) Óleo da suspensão – Checar o intervalo de uso do óleo da suspensão, por quilometragem e tempo. Quando está envelhecido ou fora da especificação, o fluido deixa o sistema mais rígido, o que impede a suspensão de trabalhar nas irregularidades do terreno. Com isso, o condutor sofre não só com o desconforto, mas com a insegurança, porque a roda pode não estar em contato com o solo como deveria.
6) Pneus – Observar se os pneus estão dentro da quilometragem de uso, o que pode ser verificado por meio do indicador de desgaste (TWI). Por mais que a profundidade do sulco seja maior que a mínima (‘maior que a mínima’ não ficou legal), a borracha pode estar ressecada. Nesse caso, é importante checar a validade do pneu, fixada em cinco anos a partir da data de fabricação – essa informação pode ser encontrada na lateral do item. Caso tenha passado o período de cinco anos, é indicada a substituição. Também deve ser verificada a pressão dos pneus.
7) Lanternas, faróis e setas – Fazer uma inspeção nas lâmpadas desses itens são essenciais para garantir a visibilidade na estrada e a segurança de todos à volta. Se for necessário trocar alguma lâmpada, é essencial checar se a peça tem a potência indicada pelo fabricante, pois a instalação de uma lâmpada com voltagem diferente da original pode causar danos à bateria e aos refletores.
Parceria estratégica
A Harley-Davidson criou uma estratégia certeira para promover a LiveWire de uma linha de motocicletas elétricas para uma marca independente, decisão anunciada há um ano. A nova empresa, que terá capital aberto, além da própria Harley-Davidson, já atraiu como sócia a taiwanesa Kymco (Kwang Yang Motor Co Ltd), que fará um aporte de US$ 100 milhões na LiveWire, mesma quantia aplicada pela Harley-Davidson. Quando a abertura de capital estiver concluída, a LiveWire se tornará a primeira fabricante de motocicletas 100% elétricas listada em uma bolsa norte-americana, projetando-se que atingirá um valor de mercado estimado em US$ 2,3 bilhões. A entrada da Kymco no negócio ajuda na penetração da marca LiveWire nos mercados da Europa e Ásia, onde a fabricante taiwanesa tem uma participação consistente. Há também a possibilidade de que as scooters elétricas fabricadas pela Kymco sejam atualizadas de acordo com os padrões técnicos dos futuros produtos da nova marca.
Sem deixar furo
No último Salão de Milão, em novembro, a empresa italiana Risemousse anunciou que lançará na Europa uma nova tecnologia para pneus de motocicletas que recebeu o nome de Bsure. Com funcionamento similar ao sistema Seal Inside apresentado recentemente pela Pirelli no Brasil para os pneus de automóveis, o pneu da motocicleta com a tecnologia Bsure continua a ser inflado com ar, mas recebe também uma camada de mousse que fica junto à parte exerna, resultado da combinação de polímeros plásticos com nanotecnologia MEPP (Memory Expanded Plastic Polymer). A mousse bloqueia instantaneamente os eventuais furos para que a moto possa continuar andando até uma distância de cem quilômetros, a até 80 km/h. Para avisar o condutor da perda de pressão, o dispositivo conta com um sistema de alerta sem fios, composto por um sensor inserido na mousse, dentro da roda, e um pequeno painel instalado perto do painel de instrumentos.
Falta magnésio
O maior problema para a indústria automotiva durante a pandemia é a escassez de chips, o que levou a atrasos nas linhas de montagem de algumas fabricantes. Para as indústrias de motocicletas, o problema agora é o magnésio. O metal é utilizado pelas fabricantes para conceber os mais variados componentes para as suas motos, como tampas do motor, cabeças dos cilindros, quadros e rodas. O valor do magnésio antes da pandemia estava perto de US$ 2.300 por tonelada, mas já chegou a atingir quase US$ 10 mil e atualmente está cotado em US$ 6.200. A China, responsável por nada menos do que 85% da produção global de magnésio, decidiu cortar em 50% a produção porque fundir magnésio consome o dobro da energia necessária para fazer o trabalho na mesma quantidade de alumínio, insumo considerado mais importante neste momento.
Por Edmundo Dantas/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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