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Depois de ser revelado em julho em sua versão definitiva, quase quatro anos após a apresentação de seu protótipo, o Volkswagen e-Delivery começa a ser entregue aos primeiros clientes. O primeiro caminhão totalmente movido a energia elétrica produzido no Brasil oferece versões com 11 e 14 toneladas de peso bruto total. A cervejaria Ambev confirmou o primeiro pedido, de cem unidades, e outras 20 já foram vendidas para a Coca-Cola Femsa e mais 80 pedidos já foram feitos por dezenas de outras empresas, ultrapassando as duas centenas de encomendas confirmadas. Como o e-Delivery utiliza 70% das peças do Delivery movido por motor a diesel, que é totalmente brasileiro, o índice de nacionalização do caminhão elétrico da Volkswagen é da ordem de 85%. Atualmente, são produzidas duas unidades por dia na fábrica da cidade fluminense de Resende, mas a intenção é alcançar 50 caminhões fabricados diariamente até o primeiro trimestre de 2022. O e-Delivery já está sendo comercializado por 30 das 150 concessionárias da Volkswagen Caminhões e Ônibus em todo o Brasil. Para quem encomendar um hoje, a previsão de entrega é em fevereiro do próximo ano. 

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            O e-Delivery tem uma arquitetura flexível na qual a parte frontal acondiciona cabine e auxiliares. Entre os eixos, ficam as baterias, e o motor elétrico síncrono de imã permanente de corrente alternada está posicionado na traseira do veículo. Os e-Delivery de 11 e 14 toneladas estão equipados com o mesmo motor produzido pela empresa brasileira WEG, com 300 kW (408 cavalos) e torque máximo de 216 kgfm. Equipado com suspensão pneumática de série, o e-Delivery de 11 toneladas conta com três ou seis módulos de bateria, de acordo com a autonomia necessária à operação. Tem peso bruto total de 10.700 quilos e a capacidade máxima de carga útil, somada à carroceria, chega a 6.320 quilos. Já o e-Delivery de 14 toneladas 6×2 tem peso bruto total de 14.300 quilos e recebe uma calibração minuciosa para operações severas. A capacidade máxima de carga útil, somada à carroceria, atinge 9.055 quilos. Em qualquer das configurações, o e-Delivery suporta uma recarga em corrente contínua de até 150 kW de potência, o que reduz o tempo do veículo parado nas estações de carregamento. O padrão de tomada é internacional, o CCS-2, seguido pela maioria das montadoras de veículos elétricos. A autonomia pode ir de 110 a 250 quilômetros, de acordo com da quantidade módulos de baterias. A plataforma de serviços digitais Rio monitora em tempo real os caminhões elétricos da Volkswagen, fornecendo dados como posição, autonomia e eficiência, entre outros parâmetros úteis para o gerenciamento da logística.

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             Dependendo da configuração e da quantidade de módulos de bateria, o preço de cada e-Delivery varia de R$ 730 mil a R$ 980 mil – aproximadamente o triplo de um Delivery a diesel. Segundo a Volkswagen Caminhões e ônibus, como o custo de manutenção do modelo elétrico é bem menor, a diferença de preços é amortizada em menos de cinco anos de utilização. Para facilitar a aquisição, a marca criou um consórcio exclusivo para o caminhão 100% elétrico. São 280 vagas com plano de 80 meses, com taxa de administração de 4%. Para o e-Delivery de entrada – versão de 11 toneladas, 4×2 com três packs de bateria –, as mensalidades partem de R$ 9,8 mil e vão até R$ 12 mil por parcela da configuração mais completa. O consórcio contemplará 14 clientes a cada seis meses. Há ainda a linha Finame Baixo Carbono, com taxa de 0,88% ao mês com prazos de até 120 meses, com 24 meses de carência. O Banco Volkswagen ainda oferece o CDC, com taxas de 1,4% ao ano e 12 meses de carência. A estimativa da Volkswagen Caminhões e Ônibus é que, em 2022, pelo menos 1% da comercialização de veículos para o transporte de cargas urbanas deve ser de modelos elétricos. Até 2030, a expectativa da fabricante é que esse percentual atinja 15%. 

Primeiras impressões

Semelhante e diferente

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São Paulo/SP – Em um circuito preparado dentro das instalações do Jockey Clube de São Paulo, profissionais da imprensa e convidados tiveram oportunidade de dar algumas voltas com o e-Delivery, incluindo acelerações vigorosas, um exercício de “slalom” e algumas frenagens fortes. Foram avaliadas duas configurações do e-Delivery, uma de 11 toneladas no veículo 4×2 e a de 14 toneladas no modelo 6×2. Visto por fora, o design do e-Delivery é idêntico ao da versão a diesel. Tirando os emblemas “e-Delivery” discretamente posicionados na carroceria, só dá para perceber que o caminhão é elétrico por causa do nível de ruído quase imperceptível. Não é por acaso que, em alguns países da Europa, um som simulado de motor já é obrigatório em caminhões elétricos de operações urbanas, para o veículo se fazer notar e evitar acidentes. 

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            Como é comum aos veículos elétricos, não há necessidade de passar marchas no e-Delivery – um seletor no console oferece somente as possibilidades de andar para a frente, em marcha a ré ou manter em modo neutro. Como também é habitual nos modelos elétricos, o torque – no caso, de robustos 216 kgfm – aparece imediatamente, tão logo o pedal do acelerador é pressionado até o final. A força de arrancada realmente impressiona – de fato, a performance do veículo nem parece a de um caminhão. A instigante capacidade do e-Delivery de retomar rapidamente velocidade não permite o surgimento de qualquer saudade da versão a diesel. 

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Mas nem só de acelerar forte se faz o cotidiano de um caminhão destinado às entregas de cargas urbanas. No e-Delivery, o sistema de regeneração de energia de frenagem atua como um “freio-motor”. Só que, além de parar o veículo gradualmente sem necessidade de pisar no pedal do freio, também é capaz de recuperar mais de 40% da energia da desaceleração, que é utilizada para recarregar as baterias. No painel, uma tecla permite escolher variar entre três estágios a intensidade de atuação do sistema. Quando é necessário economizar bateria, o motorista pode acionar o Eco-Drive Mode, que ajusta automaticamente sua performance na operação para aumentar a autonomia. A suspensão pneumática do e-Delivery é eficiente e, apesar da força disponibilizada de modo singular pelo motor elétrico, mantém o caminhão bem equilibrado, mesmo em trechos sinuosos. E o modelo de 14 toneladas ainda pode suspender um dos eixos quando o implemento estiver vazio, reduzindo o desgaste de pneus e a resistência ao rolamento.

Por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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