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A pandemia, a alta do dólar, a crise econômica e a falta de componentes (notadamente semicondutores) atingiram a indústria automotiva brasileira como um todo. Mas cada setor está reagindo de maneira diferente. O segmento de motocicletas foi impulsionado pela expansão das entregas domiciliares, com crescimento de 44,67% nos sete primeiros meses de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Os ônibus vieram de uma forte retração causada pela queda de volume de passageiros e pelas limitações impostas aos transportes coletivos pela pandemia – este ano, o setor cresceu 11,33% graças ao bom desempenho do setor de fretamentos, já que muitas empresas passaram a cuidar do transporte seguro de seus empregados. Bastante prejudicado pelo fechamento de fábricas e concessionárias no início da pandemia e atualmente abalado pela falta de insumos, o setor de automóveis e comerciais leves até evoluiu bem frente à pasmaceira que foi o início de 2020 e cresceu 26,21% no período de janeiro a julho deste ano, comparando com o mesmo intervalo de 2020. Porém, são os caminhões que lideram o crescimento do mercado automotivo brasileiro. Nos sete primeiros meses de 2021, as vendas de pesados cresceram 47,66% em relação a 2020. 

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No acumulado de janeiro a julho, pelos dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram emplacados 69.535 caminhões, ante os 47.090 em igual período de 2020. Em julho, foram emplacadas 11.488 unidades, um crescimento de 20,85% ante o mesmo mês do ano passado, quando foram entregues 9.506 unidades. Em relação ao mês anterior, o crescimento foi de 3,48% – junho totalizou 11.102 caminhões novos vendidos no Brasil. Já em termos de produção, apesar da escassez de semicondutores e outros componentes, a indústria de caminhões no mês passado seguiu ritmo estável, com um crescimento de 1,1% – saíram das linhas de montagem 14.801 unidades em julho. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foi o melhor julho desde 2013 para a produção de caminhões. De janeiro a julho deste ano, as montadoras instaladas no Brasil produziram 89.523 caminhões – foram exportadas quase 20 mil unidades no período. 

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            Em 2021, o mercado brasileiro de caminhões continua a ser liderado pela Mercedes-Benz, com 30,56% de participação, seguida de perto pela também alemã Volkswagen/MAN, com 28,95%. Na terceira e quarta posições ficaram duas marcas suecas: a Volvo, com 16,33% de “share”, e a Scania, com 12,9%. A italiana Iveco completou o “top 5”, com 6,7% das vendas de caminhões nos sete primeiros meses do ano. O segmento de pesados é responsável por 51,38% das vendas, bastante embaladas pelo crescimento do agronegócio, estimulado pelo aumento da lucratividade das “comodities”, que por sua vez foi impulsionada pela elevação da cotação do dólar – a cotação da moeda norte-americana subiu mais de 30% do início de 2020 até agora. Ou seja, a mesma questão cambial que eleva o custo dos insumos da indústria de caminhões acaba contribuindo no aquecimento das vendas do setor – os caminhões encareceram, no entanto, ainda assim estão vendendo mais. Os semipesados apareceram na segunda posição, com 26,05% das vendas, seguidos dos leves, (9,20%), médios (8,57%) e semi-leves (4,79%).

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            O ranking de modelos mais vendidos em 2021 continua a ser liderado pelos pesados. Na frente, se mantém o Volvo FH 540, com 4.471 unidades emplacadas de janeiro a julho, acompanhado do Scania R450, com 4.064. Na terceira posição, aparece um médio, o Volkswagen Delivery 11.180, com 3.269 unidades, e na quarta, o pesado DAF XF, com 2.982. Na quinta posição, está o semipesado Volkswagen Constellation 24.280, com 2.374 emplacamentos, seguido dos pesados Volvo FH 460, com 2.225, e Mercedes-Benz Actros, com 2.216. No oitavo lugar, aparece o leve Volkswagen Delivery 9.170, embalado pelo crescimento das entregas urbanas, com 2.088 emplacamentos, seguido do concorrente Mercedes-Benz Accelo, com 1.983. E o “top 10” do ranking é finalizado pelo pesado Scania R540, com 1.825 unidades.

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Por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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