A CB 650R desembarcou ao Brasil em 2014 para substituir a saudosa Hornet e investiu em aprimoramentos para se tornar um modelo mais dócil no uso cotidiano. No modelo atual, apresentado há um ano, a evolução foi no sentido oposto – retomar um pouco mais da esportividade da linha média da marca, que é a porta de entrada do mundo das tetracilíndricas da Honda. Para isso, a CB 650R incorporou o conceito de design Neo Sports Café apresentado na CB 1000R e que mistura formas minimalistas com o clássico do farol circular em uma versão moderna, formada por leds. A CBR 650R é oferecida nas cores qqazul, vermelho e prata na CB 650R. A garantia é de três anos com assistência 24 horas durante o período. O preço público sugerido é de R$ 42.630, com frete não incluso.
A base da CB 650R é o motor de 4 cilindros e 649 cc, que entrega 88,4 cavalos de potência a 11.500 rpm e 6,13 kgfm de torque a 8.000 rpm. Com alterações nos pistões e das câmaras de combustão para entregar mais torque em baixas e médias rotações, o propulsor também teve mudanças no sistema de distribuição. A embreagem agora passou a ser assistida e deslizante, que evita travamento da roda traseira em reduções radicais. A suspensão dianteira vem com garfo invertido Showa SFF. Na traseira, a suspensão segue o conceito monomortecido regulável na pré-carga em 7 posições. Os freios são a disco do tipo flutuante na dianteira, com quatro pistões fixados radialmente. As rodas levam pneus 120/70 ZR17 na dianteira e 180/55 ZR17 na traseira.
Impressões ao pilotar
Disposição versátil
O teste incluiu um percurso de cerca de 450 quilômetros, em uma viagem de ida e volta do Centro do Rio de Janeiro até a cidade de Visconde de Mauá, com direito a trechos de tráfego intenso na capital fluminense. A primeira impressão causada pela naked da Honda é boa. Trata-se de uma moto bonita, bem-acabada e com riqueza de detalhes. Seu design combinou perfeitamente com o estilo Café Racer, incluindo o indefectível farol redondo, marca inconfundível desses modelos. O assento é confortável, mas não é o suficiente para grandes percursos, exigindo paradas frequentes para relaxar a musculatura do piloto.
O propulsor de quatro cilindros tem uma sonoridade característica e muito agradável. Deixa a moto ágil e, em virtude do curto entre-eixos, confere boa manobrabilidade. Adapta-se facilmente à rotina do trânsito pesado do dia a dia nas grandes cidades. Na estrada, seu comportamento agrada, oferecendo segurança ao piloto nas ultrapassagens e em curvas acentuadas, inclusive em pista molhada. O câmbio de seis marchas com embreagem deslizante é muito macio. Permite subidas e reduções de marchas mais suaves, exigindo menos esforço do piloto.
Com farol, piscas e luz de freio em leds, a visibilidade na estrada é correta. O painel está inteiramente digital e multicolor e orienta o piloto sobre o melhor momento para a passagem das marchas a partir dos modos de cores do painel. Os comandos são bem posicionados e suaves à operação. Quanto aos retrovisores, o esquerdo poderia ter o comprimento da haste ligeiramente maior, uma vez que no melhor ponto de ajuste, aparece parte do braço do condutor da moto.
Dois pontos fortes do modelo são a suspensão invertida Separate Function Front Fork (SFF) e o amortecimento Big Piston Front Fork (BPF). Além de firmeza no solo, imprime à CB650R respostas mais precisas, dando ao piloto maior estabilidade no asfalto. Aliado aos avanços na suspensão, a Honda dotou a CB650R com controle de torque HSTC (Honda Selectable Torque Control) que monitora a aceleração da motocicleta e oferece maior tração. Assim o piloto pode explorar toda a potência disponível da CB 650R com segurança. É possível ainda, por opção, desligar o sistema e contar com uma pilotagem mais esportiva.
A Honda equipou a CB650R com freios ABS nas duas rodas e com a tecnologia Emergency Stop Signal (ESS), sistema que alerta o motorista que esteja atrás do motociclista sobre uma frenagem brusca quando, além da luz de freio, é acionado também o pisca-alerta da moto. Na roda dianteira, o freio está montado com duas pinças de dois pistões e possui disco flutuante, o que aumenta a sensibilidade na frenagem, superando expectativas até quando rodando em superfícies de baixa aderência. No final do passeio, o consumo misto ficou em satisfatórios 21,5 km/l, que dá uma boa autonomia à CB650R, com seu tanque de 15,4 litros.
Por Sérgio Soares/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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