Sérgio Soares/AutoMotrix

A Honda CB500X nunca pretendeu ser uma autêntica off-road e sim uma crossover, mas sua vocação fora-de-estrada aumentou com o tempo. A linha 2020 chegou em agosto com discretas atualizações, para deixá-la mais moderna e adequada às exigências do mercado. As mudanças incluíram linhas sutilmente mais angulosas, tornando o design mais agressivo. A adoção de faróis em leds oferece maior visibilidade e melhora o poder de iluminação noturna. A ergonomia evoluiu com os novos assento e guidão cônico, que permite uma pegada mais elevada e aberta, para facilitar a pilotagem nas trilhas. O redesenho das abas laterais do tanque proporciona maior conforto nas viagens. O para-brisa fixo ficou 11 centímetros mais alto e incorpora uma barra para instalar suportes para GPS ou smartphones. O painel é totalmente digital do tipo blackout (fundo preto). Além das informações corriqueiras, como hodômetro, conta-giros e computador de bordo com consumo médio e instantâneo, abriga indicador de marchas e “shift light” ajustável, para indicar a faixa para trocar as marchas.

Sérgio Soares/AutoMotrix

            Os freios são ABS, e a moto passou a contar com a tecnologia Emergency Stop Signal (ESS). Esse sistema recém embarcado é um alerta de frenagem que aumenta a segurança da motocicleta e já foi instalado em outros modelos maiores da fabricante. Ele funciona quando o piloto freia forte. Tecnicamente, o ESS funciona quando a velocidade da moto está acima de 53 km/h. O pisca-alerta é acionado então, avisando a quem está atrás sobre a frenagem brusca. A CB500X também foi dotada de disco flutuante na dianteira, recurso utilizado em motos de alta performance. É composto de uma pista específica para a frenagem fixada por rebites em um flange na roda. Esse conjunto permite certo movimento do disco motivado pelo calor gerado na frenagem e evita que torções passem para a pinça de freio, mantendo as pastilhas com suas superfícies de atrito sempre junto ao disco.

Sérgio Soares/AutoMotrix

            O motor bicilíndrico recebeu ajustes, mas manteve os 50,4 cavalos a 8.500 giros e 4,55 kgfm em 6.500 rpm. O comando de válvulas recebeu modificações e o sistema de alimentação foi otimizado com o reprojeto dos antigos dutos. A embreagem passou a ser assistida e deslizante, mais macia no acionamento da alavanca e capaz de evitar o travamento da roda traseira nas reduções mais bruscas. O chassi não teve alterações. O garfo dianteiro tem agora regulagem na pré-carga da mola e na traseira, um novo monoamortecedor com regulagem na pré-carga da mola ligado ao sistema Pro-Link. A Honda CB 500X está disponível nas cores prata metálico, preto ou vermelho perolizados. O preço público sugerido é de R$ 31.260, mais o frete.

Impressões ao pilotar

Passeios prazerosos

            Durante a avaliação da Honda CB500X, foram rodados mais de 600 quilômetros, em uma viagem do Rio de Janeiro à cidade paulista de Aparecida do Norte, incluindo vários trechos do anárquico trânsito carioca. O motor, bem elástico e econômico, ficou mais esperto. A média obtida na estrada foi de 26 km/l, respeitando os limites da Via Dutra, salvo em algumas ocasiões quando foi exigido mais do propulsor. Na cidade, a média foi de 28 km/l. A capacidade de 17,7 litros do tanque oferece boa autonomia e isso instiga o proprietário a fazer viagens. Apesar de estar com dois quilos a mais que o modelo 2019, a CB500X está mais ágil nas retomadas e boa nas curvas.

Sérgio Soares/AutoMotrix

            Com suspensões ajustáveis e mais longas e o aumento do aro dianteiro de 17 para 19 polegadas, a ciclística melhorou. A primeira e mais forte impressão da CB500X é sobre sua embreagem, com acionamento especialmente macio. Chamada de embreagem deslizante, oferece ao piloto a troca de marchas suaves e evita o travamento da roda traseira em uma redução brusca de marcha. Os comandos são bem dispostos e ao alcance dos dedos, garantindo a segurança de não retirar a mão da manopla.  O painel digital em LCD é bem completo e distribuído, com informações em bom tamanho, informando qual a marcha que está engatada.

Sérgio Soares/AutoMotrix

            Acelerar além dos 100 km/h permite que se possa avaliar o ampliado para-brisa. É eficiente para barrar o vento na altura do peito. Porém, mesmo tendo sido alongado, a concentração do ar que é desviado para a altura da cabeça do piloto promove desconforto tanto no ruído quanto na vibração do capacete. Para maior conforto, basta abaixar um pouco a cabeça e o piloto estará bem abrigado. Boa a ideia de equipar a moto com um suporte para GPS ou smartphones, ficando protegido pelo para-brisa. A posição de pilotagem é muito boa e confortável, mas o material do banco poderia ser mais macio. O conjunto de faróis e lanternas são em leds e sua função de segurança para chamar a atenção quando de dia é bem cumprida. No entanto, à noite, ainda é necessário melhorar a eficiência do farol. Já está na hora de a Honda colocar uma tomada de 12 volts no painel ou próximo a ele.

Por Sérgio Soares/AutoMotrix – Fotos: Sérgio Soares/AutoMotrix

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