A Ford é líder em veículos comerciais na Europa e na América do Norte e produz há cinquenta e cinco anos a linha Transit, a van mais vendida do mundo, com mais de 10 milhões de unidades. Dentro da estratégia de reformulação global de seu modelo de negócios, a marca norte-americana acaba de anunciar que produzirá a Transit no Uruguai, em 2021, para os mercados sul-americanos, em parceria com a Nordex, empresa do Grupo Antelo. O retorno ao Uruguai após mais de trinta e cinco anos é considerado pela Ford um marco importante para transformar suas operações em um negócio sustentável na América do Sul. A previsão é que o modelo seja lançado no Brasil no segundo semestre do próximo ano – uma geração anterior foi comercializada no país de 2008 a 2014, importada da Turquia. Poucos dias depois de anunciar a produção do seu utilitário no Uruguai, a Ford apresentou na Europa a E-Transit, versão elétrica da van – ainda sem previsão de desembarque no mercado brasileiro.
Com mais de cinquenta anos de experiência no setor automotivo uruguaio e especializada em montar kits CKD de veículos para várias fabricantes, a Nordex é avaliada pela Ford como a parceira ideal para esse projeto. A Ford e a Nordex investirão conjuntamente US$ 50 milhões, criando duzentos empregos diretos e indiretos adicionais. A produção da Transit no Uruguai visa fortalecer a competitividade da Ford em um segmento em crescimento na região com um produto de alta qualidade e sucesso, especialmente no caso do Brasil. “Essa iniciativa destaca a relevância do Mercosul e valorizará ainda mais o setor automotivo na região sul-americana. Ela alavancará os pontos fortes e as capacidades de cada mercado para oferecer maior eficiência, integração regional e fluxos comerciais mais fortes”, explica Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul e Grupo de Mercados Internacionais.
Embora não tenham sido adiantados muitos detalhes sobre a operação, sabe-se que a proposta é montar algo de 5 mil a 8 mil unidades anuais da Transit no Uruguai, para abastecer todo o Mercosul. A princípio, haverá versões furgão de carga, van de passageiros e chassi-cabine. A Ford não adianta que motores equiparão os modelos uruguaios. Na fábrica da Transit da Turquia, que abastece a Europa, o veículo sai com os turbodiesel Duratorq TDCi em versões 2.2 ou 2.4. Já nos Estados Unidos, há uma configuração V6 a diesel. A Transit também é produzida na China e na Rússia.
Quanto à E-Transit, versão elétrica da van mais vendida do mundo, o veículo foi apresentado na Alemanha com autonomia estimada de até 350 quilômetros. O novo modelo com emissões zero contribuirá para a meta da Ford de ser carbono neutro até 2050. O modelo chega com tecnologias avançadas de conectividade e assistência ao motorista. Entre outras novidades, poderá ser equipado com um gerador elétrico embarcado para alimentar ferramentas e equipamentos. “A Ford está pronta para liderar esse avanço que começou com os modelos híbridos Transit Custom e EcoBlue. É bom para o planeta e uma grande vantagem para os clientes, com custos operacionais mais baixos e novas tecnologias conectadas para impulsionar seus negócios”, justifica Jim Farley, presidente e CEO da Ford.
A E-Transit faz parte do investimento global de mais de US$ 11,5 bilhões da Ford em veículos elétricos até 2022. Ela será produzida na fábrica de Kansas City, nos Estados Unidos, para lançamento na América no Norte no final de 2021, e na fábrica Ford Otosan Kocaeli, na Turquia, para o mercado europeu em 2022. A E-Transit tem bateria de 67 kWh e autonomia estimada de até 350 quilômetros (ciclo combinado WLTP), suficiente para atender às necessidades diárias da maioria das frotas. É um veículo ideal para uso urbano, com rotas fixas e entregas em áreas restritas com emissão zero, que vêm sendo adotadas em várias cidades do mundo. Ela é equipada com motor de 269 cavalos e torque de 43,8 kgfm – o mais forte da categoria na Europa –, tem tração traseira e grande variedade de configurações. Seu design com bateria instalada sob o assoalho garante o mesmo espaço para carga da versão a diesel, de até 15,1 metros cúbicos.
De acordo com a Ford, o custo de manutenção da E-Transit é cerca de 40% menor que os modelos com motor a combustão. Com o carregador embarcado de 11,3 kW, uma recarga completa leva 8,2 horas. Com carregador rápido de corrente contínua, de até 115 kW, é possível elevar o nível de energia de 10% para 80% em cerca de trinta e quatro minutos. A E-Transit vem com um modem embarcado de série, ligado ao aplicativo FordPass Connect, com várias soluções de gerenciamento da frota. Tem ainda sistema multimídia Sync 4 com tela de 12 polegadas, reconhecimento de sinais de trânsito, assistente inteligente de velocidade, assistente de pré-colisão, sensor de ponto cego, sistema de permanência em faixa, câmera 360 graus com assistência de frenagem de ré e piloto automático adaptativo.
Por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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