Luiza Kreitlon/AutoMotrix

            Em 2017, o Honda WR-V chegou ao mercado brasileiro com a missão de ser um “elemento de transição” entre o monovolume Fit e o utilitário esportivo HR-V – na época, líder de vendas do segmento. Nunca esteve perto dos primeiros lugares no ranking de vendas de SUVs, mas este ano foi reconhecido com o selo “Melhor Valor de Revenda 2020”, na categoria SUV compacto, em estudo feito pela empresa especializada na avaliação de automóveis Kelley Blue Book Brasil, que indica os modelos menos desvalorizados no ano passado. Na linha 2021, a marca japonesa providenciou sutis retoques de estilo que deixaram o visual do SUV derivado do Fit um tanto mais contemporâneo, além de incorporar equipamentos e aprimoramentos em segurança – especialmente na configuração “top” EXL, oferecida por R$ 94.700.

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            Na dianteira, o WR-V 2021 EXL ostenta uma nova grade, com desenho horizontal e área cromada mais estreita, valorizando o logotipo da Honda ao centro. O visual é complementado pela iluminação com novo design e tecnologia de leds, que amplia a luminosidade e reforça a frente do modelo. Os faróis de neblina ganharam uma nova moldura e lâmpadas em leds, com luzes diurnas de circulação também em leds. Na traseira, o modelo tem um novo para-choque e lanternas em leds. O friso superior da placa, antes cromado, agora segue a cor da carroceria. E as rodas de 16 polegadas ganharam acabamento escurecido.

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            Por dentro, a versão EXL traz revestimento em couro com costuras na cor preta. O painel ganhou atualizações nas cores aplicadas, com a utilização de friso do volante e molduras do painel em black piano, com detalhes cromados. A ergonomia é complementada com a adoção de regulagem de altura e profundidade do volante e ajuste de altura do banco do motorista. Ao lado dos bancos revestidos em couro, são exclusivos da EXL o navegador GPS integrado ao sistema multimídia, os retrovisores eletricamente rebatíveis, os sensores de estacionamento dianteiros e o espelho interno fotocrômico.

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            Produzido em Itirapina (SP), o WR-V manteve em todas as versões o motor 1.5 i-VTEC FlexOne com 116 cavalos de potência a 6 mil giros e 15,3 kgfm de torque a 4.800 rotações por minuto, associado à transmissão CVT com conversor de torque. Na configuração EXL, traz “paddles shifts” localizados atrás do volante para trocas sequenciais comandadas pelo motorista. Entre os aprimoramentos da linha 2021 do WR-V estão a adoção dos controles de estabilidade e tração, do assistente de partida em aclive, do alerta de frenagem emergencial e do sensor crepuscular para acendimento automático dos faróis, que são de série em todas as versões. A estrutura de deformação progressiva ACETM (Advanced Compatibility Engineering) e as barras de proteção nas portas também estão em toda a linha, mas só a versão EXL vem com seis airbags – frontais, laterais e do tipo cortina.

Primeiras impressões

Racionalidade aplicada

Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Rio de Janeiro/RJ – O tempo disponível para a avaliação dinâmica e produção das fotos do WR-V era de apenas três horas, porém, permitiu apreciar alguns detalhes que expressam a personalidade do modelo. Um deles é um singelo porta-copos, inusitadamente posicionado ao lado do painel, entre o volante e a porta do motorista. Com uma modulagem para se adaptar com firmeza a diversos tipos de copos e pequenas garrafas, fica situado bem junto a uma das saídas do ar-condicionado. Esse mero posicionamento permite resfriar ou manter gelado o conteúdo da bebida ali abrigada, sem gerar qualquer despesa adicional. Essa “genialidade das ideias simples” se repete e se evidencia principalmente no Magic Seat, herdado do Fit, que é item de série em toda a linha WR-V. De uma forma fácil e eficiente, o singular sistema de ajustes e rebatimentos dos bancos viabiliza múltiplas configurações de assentos e a acomodação de objetos de grandes dimensões no interior do veículo. Tal inventividade e precisão disseminados pelo habitáculo valorizam de uma forma incomum a ergonomia e a usabilidade do SUV compacto da Honda.

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            Em termos dinâmicos, o WR-V tira proveito do conjunto suspensivo, projetado para possibilitar altura do solo (20,7 centímetros) e ângulos de ataque (o da frente, com 21 graus) e de saída (o de trás, com 30,1 graus). São números compatíveis com a proposta de um utilitário esportivo compacto e permitem ultrapassar os buracos e quebra-molas do cotidiano sem comprometer o conforto e a agilidade para o uso urbano – que é o efetivo foco do modelo. Segundo a Honda, a suspensão adota amortecedores com batente hidráulico e haste do amortecedor reforçada, com barra estabilizadora projetada para reduzir a rolagem da carroceria. O eixo traseiro tem seu desenvolvimento baseado no do HR-V – as rolagens existem, no entanto, não chamam demasiadamente a atenção. A direção eletricamente assistida tem comportamento progressivo – é leve nas manobras lentas e ganha rigidez conforme o carro acelera mais. As retomadas acontecem de forma consistente graças ao motor 1.5 i-VTEC FlexOne com 116 cavalos e 15,3 kgfm, que se entende bem com o câmbio CVT. Não transmite grande esportividade, mas é bem competente no uso urbano. Eventualmente, o “powertrain” se mostra um tanto barulhento, algo corriqueiro nos câmbios continuamente variáveis.

por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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