No Japão e na Europa, as motos até 400 cilindradas são a bola da vez. No Brasil, essa tendência vem ganhando força, já que essas motocicletas são divertidas, leves e com um alto nível de equipamentos de série. É o caso da KTM 390 Duke ABS e da Kawasaki Z400. Tanto o modelo da marca austríaca quanto o da japonesa apresentam aspectos construtivos e tecnológicos que são herdados de suas “irmãs mais velhas” – os modelos maiores das duas fabricantes.
Com preço sugerido de R$ 25.990 (mais o frete), a 390 Duke está equipada com motor de um cilindro, 373,2 cm³, 44 cavalos de potência máxima e entrega quase instantânea. De janeiro a julho, já foram vendidas sessenta e oito unidades da moto da marca austríaca. Já a representante japonesa é bem mais “popular” – foram comercializadas seiscentas e trinta e quatro unidades nos sete meses de 2020. A Kawa Z400, que parte de R$ 25.490, usa motor de dois cilindros paralelos de 399 cm³, com 48 cavalos de potência máxima.
Na KTM 390 Duke ABS, os destaques são a iluminação de leds, a suspensão invertida derivada das motos de competição, o sistema de freios com disco dianteiro de 320 milímetros e ABS e o painel TFT colorido com múltiplas informações – é possível conectar o smartphone via Bluetooth e, com o software KTM My Ride, dá para visualizar chamadas telefônicas e controlar o áudio. O acelerador é eletrônico Ride by Wire, os manetes têm regulagem de altura, o tanque de combustível tem 13 litros, o quadro é em treliça, os assentos têm dois níveis, as rodas são de liga leve e os pneus têm perfil esportivo.
Já na Kawasaki Z400, que custa R$ 500 a menos que a 390 Duke, os faróis são em leds, o disco dianteiro semiflutuante tem 310 milímetros, (a mesma medida usada na Z1000) e sistema de freios ABS. O ângulo de inclinação mais acentuado do caster contribui para maior agilidade, o guidão é mais elevado e o painel é o mesmo da Z650. Conta com tacômetro digital que simula um conta-giros analógico, além de ter indicador de marchas ao centro e tela de LCD multifuncional na parte inferior. A embreagem assistida é deslizante e oferece trocas de marchas mais suaves e precisas. O tanque com capacidade para 14 litros, o quadro de treliça é semelhante ao da Ninja H2, a suspensão traseira tem cinco ajustes de pré-carga e as rodas de liga leve são de cinco pontas, calçadas com pneus de perfil esportivo.
Impressões ao pilotar
Cada uma na sua
Apesar da crise econômica causada pela pandemia, muita gente anda juntando dinheiro para trocar sua moto de 150, 160 ou 200 cilindradas por um modelo maior. E a KTM 390 Duke ABS e a Kawasaki Z400 são opções interessantes. Ambas oferecem personalidade forte e boa pilotagem. Embora apresentem praticamente a mesma faixa de cilindrada e potência, as duas apresentam comportamentos completamente diferentes.
Não por acaso, têm propostas similares, mas diferentes. No caso do KTM, o acelerador é quase instantâneo. A ciclística é um ponto alto, com freios e suspensões bem ajustados. Mas o ponto alto é a tecnologia embarcada. Lá estão leds e DRL e um painel multicolorido que mais parece um tablet. No entanto, falta um gancho para bagagem e o banco se mostra um pouco duro demais para longas distâncias.
No caso da Kawasaki, o grande destaque é o seu motor de dois cilindros. Ele entrega força e potência de forma bastante linear e oferece economia. A moto é bastante confortável e pode ser usada em viagens e até em “track days”. Para ficar 100%, precisaria ter uma suspensão invertida na dianteira, um pouco mais de eletrônica – como um modo de pilotagem – e um painel TFT como o das motos maiores da marca.
Por: Aldo Tizzani, do “MinutoMotor”especial para a AutoMotrix – Fotos: Fabiano Godoy
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