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Sequelas da pandemia

       Aos poucos, o mercado brasileiro de veículos comerciais ensaia uma reação, mais de 100 dias após o início dos períodos de isolamento social em diversas cidades, que incluiu fechamento de concessionárias, causado pela pandemia do coronavírus. Em junho, a venda de caminhões novos no Brasil cresceu 85% em relação a maio. Pelos dados da Fenabrave, federação que reúne as associações de concessionárias de veículos, foram emplacados no mês passado 8.762 caminhões novos, ante 4.736 em maio. Já no acumulado do ano, a venda de caminhões mostra uma queda de 19,7 %. De janeiro a junho de 2020, foram vendidas 37.629 unidades. No primeiro semestre de 2019, foram 46.865 caminhões emplacados. A Mercedes-Benz liderou as vendas de caminhões no primeiro semestre, com 37,7% de participação de mercado, seguida pela Volkswagen, com 25,62%. Os pesados mantém a liderança das vendas, com 49,77% de participação, seguidos pelos semipesados (26,38%), os leves (11,49%), os médios (8,10%) e os semileves (5,81%). O pesado Volvo FH 540 permanece no topo do ranking, posição que ocupou em 2018 e 2019, com 2.655 emplacamentos no primeiro semestre. Em segundo lugar, aparece o médio Volkswagen 11.180, com 2.004 unidades vendidas. Já entre os ônibus, os emplacamentos de junho no Brasil cresceram 58% em relação a maio. Foram licenciados 1.299 chassis no mês passado, ante os oitocentos e vinte e dois registrados em maio. No acumulado do ano, houve queda de 36,5% nos emplacamentos na comparação com o primeiro semestre de 2019. De janeiro a junho de 2020, foram vendidos 7.875 ônibus no mercado brasileiro, enquanto no primeiro semestre de 2019 foram licenciadas 12.402 unidades.

Recordações da batalha de 1995

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       Em 1995, nove Estados e quarenta e uma cidades brasileiros travaram uma verdadeira guerra pela fábrica de caminhões da Volkswagen. A necessidade de construir uma nova unidade industrial veio com o fim da Autolatina, quando a marca alemã se viu sem uma linha para montar seus caminhões, que até então eram produzidos na fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP). O interesse em atrair o investimento de US$ 250 milhões anunciado pela Volkswagen provocou cenas singulares, como procissões e vigílias de igrejas locais para atrair a nova fábrica para seus municípios. A escolha por Resende, no Sul Fluminense, se deu porque a cidade estava no meio do caminho entre Rio e São Paulo, perto dos principais fornecedores da marca e de importantes centros consumidores. Além disso, havia mão de obra qualificada disponível e centros de formação de profissionais comprometidos em cooperar. Este mês de julho, a Volkswagen Caminhões e Ônibus celebra os vinte e cinco anos da escolha de Resende para sediar sua fábrica. No total, ao longo desse período, foram R$ 5,5 bilhões destinados ao crescimento da empresa em cinco ciclos seguidos de investimentos, com o mais recente previsto para finalizar em 2021. “Ao longo de vinte e cinco anos, nossa fábrica se tornou referência com o inédito Consórcio Modular e produziu uma série de veículos que se tornaram verdadeiros ícones do transporte. O segredo do sucesso da nossa marca se baseia em um pilar claro: o cliente está sempre em primeiro lugar. É ele a base do desenvolvimento de todo novo produto e dos nossos serviços”, comemora Roberto Cortes, presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus. A fábrica da VWCO tem atualmente um milhão de metros quadrados de área total, 148 mil metros quadrados de área construída, 100 mil metros quadrados no parque de fornecedores e 50 mil metros quadrados no centro logístico, com mais de 4,5 mil empregados.

Tecnologia tipo exportação

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       A Marcopolo apresentará para clientes da Argentina o primeiro ônibus rodoviário destinado ao país com diferentes soluções da Marcopolo BioSafe, plataforma que apresenta serviços e soluções desenvolvidas para tornar o transporte coletivo mais seguro contra contaminações de vírus, incluindo o da Covid-19, e bactérias. Com 14 metros de comprimento, o Paradiso New G7 1800 DD é equipado com luz UV-C para desinfecção do sanitário, cortinas antimicrobianas e dispensers de álcool em gel nas portas de acesso. O veículo tem capacidade para transportar sessenta passageiros, sendo quarenta e oito poltronas semileito no piso superior e doze tipo leito no piso inferior, todas com entradas USB, controles individuais de iluminação e saídas de ar-condicionado. “Nosso objetivo é apresentar o veículo para as agências sanitárias e de saúde, além de entidades responsáveis pelo transporte rodoviário de passageiros. A Marcopolo oferece aos clientes soluções de biossegurança, serviços de excelência e contribui com a adoção das melhores práticas para reconquistar a confiança dos passageiros”, explica André Armaganijan, diretor de Estratégia e Negócios Internacionais da Marcopolo.

A marca dos 100 mil

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       A Volvo alcançou a produção de 100 mil unidades da I-Shift, a caixa de câmbio que equipa caminhões e ônibus da marca. Atualmente, 100% dos caminhões da família F, dos modelos pesados da linha VM e dos ônibus rodoviários com motor traseiro da marca saem de fábrica com a I-Shift. “A transmissão automatizada da Volvo foi o maior avanço para economia de combustível, conforto e produtividade no setor de transportes comerciais desde sua introdução no Brasil. Foi uma aceitação espetacular”, explica Alan Holzmann, diretor de estratégia de produto da Volvo. A caixa automatizada era uma tecnologia nunca vista antes no setor de transporte comercial nacional quando foi lançada em 2003, ainda em sua versão importada da Suécia, sede mundial da Volvo. Engenheiros, técnicos e montadores brasileiros e suecos trabalharam em cooperação no projeto para implementar a linha de produção de caixas I-Shift no Brasil em 2011, a primeira do gênero fora da Suécia. A caixa I-Shift continua em evolução constante. Com software e componentes cada vez mais aprimorados, o desempenho dos veículos fica melhor a cada atualização. “Todos os FHs da geração atual têm a tecnologia I-See. Por meio de conectividade, a I-Shift sabe exatamente, em tempo real, onde o caminhão está rodando, bem como a topografia à frente, antecipando as trocas de marcha conforme aclives e declives, quando em piloto automático”, argumenta Holzmann.

Por: Luiz Humberto Monteiro Pereira – Fotos: Divulgação

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