Marcha lenta
Com o fechamento dos dados de fevereiro na Fenabrave, fica claro que o mercado de motocicletas está custando a embalar em 2020. Em fevereiro, foram emplacadas 79.782 motocicletas, um número 12,98% menor que as 91.686 vendidas em janeiro e 5,23% menor em comparação às 84.181 motos comercializadas em fevereiro de 2019. No acumulado dos dois primeiros meses de 2020, foram vendidas 171.468 unidades, significando que o mercado recuou 1,96% em relação às 174.894 vendidas no primeiro bimestre de 2019. A Honda mantém a liderança isolada entre as marcas, com 78,11% das motos vendidas no primeiro bimestre de 2020, seguida de longe pela Yamaha, com 15,47% dos emplacamentos. O segmento das scooter/cub – liderado pela Honda Biz, com as 25.215 unidades nos primeiros dois meses do ano – foi o que mais ganhou “market share” este ano e parece configurar a tendência de, em um breve futuro, se tornar o segmento líder de emplacamentos no mercado nacional. Subiu de 33,72% das vendas nacionais de motos no primeiro bimestre de 2019 para 35% dos emplacamentos em janeiro e fevereiro deste ano. As scooter/cub perdem apenas para as City, as atuais líderes do mercado brasileiro, que estão com 39,73% de participação em 2020 – perderam mercado em relação aos 42,10% de “share” que tinham no primeiro bimestre de 2019.
Jato do asfalto
A Zero Motorcycles foi criada na Califórnia em 2006 e tem sua linha de produção composta por motocicletas 100% elétricas, incluindo modelos street, trail e de motocross. Agora, a marca apresentou uma nova esportiva, a SR/S, uma evolução da naked SR/F. Seu propulsor elétrico Z-Force gera 110 cavalos de potência e quase 20 kgfm de torque, produzindo uma velocidade máxima de 200 quilômetros por hora. Sem muita modéstia, a Zero compara a experiência de pilotagem da SR/S a um avião a jato. Segundo a fabricante, as baterias garantem autonomia de 260 quilômetros na cidade e 130 quilômetros em rodovias. Com o Power Tank – sistema que estende o tempo da carga –, a distância é aumentada para até 323 quilômetros nas ruas e 165 quilômetros nas estradas. Por meio do pacote opcional de carregamento rápido, de até 12kW, é possível levar o nível da bateria de zero a 95% em uma hora. A SR/S custa US$ 19.995 nos Estados Unidos – cerca de R$ 90 mil.
Para cutucar as líderes
A Haojue DR 160 FI pretende entrar no páreo das streets de 150/160 cilindradas. A moto foi destaque no estande da marca chinesa no Salão Duas Rodas de 2019 e pretende fazer frente a modelos como Honda CG 160 e Yamaha Fazer 150. Conforme a marca chinesa, a DR 160 chega às lojas do Brasil por R$ 12.295, sem despesas com frete ou seguro. Suspensão invertida, iluminação full-led, painel digital completo, freios a disco e design agressivo são os destaques do modelo. O sistema de freios CBS (que distribui parte da frenagem à roda dianteira quando acionado o pedal) é potencializado por discos nas duas rodas, uma exclusividade em relação às concorrentes. O motor é um monocilíndrico, arrefecido a ar, de 162 cm³. Alimentado por injeção eletrônica, gera 15 cavalos de potência e 1,43 kgfm de torque máximos, a 8 mil e 6.500 rpm, respectivamente. O câmbio é de 5 velocidades.
Metamorfose ambulante
A Damon Motorcycles é uma startup canadense que promete trazer o futuro para hoje. Sua primeira motocicleta é a esportiva Hypersport, que oferece uma inusitada dualidade do conceito. Além de ser elétrica, com tecnologia de sensores de condução, ela tem uma posição de pilotagem mutável. A tecnologia que permite alterar a posição de pilotagem foi batizada de Shift e permite mudar a ergonomia com a moto em movimento, apenas pressionando um botão. Assim, a moto pode passar de uma Sport Touring para uma esportiva. O sistema CoPilot de sensores em 360 graus da Hypersport, programados para reconhecer velocidade, direção e aceleração dos objetos em volta, promete analisar até sessenta e quatro objetos em movimento ao redor da motocicleta. O sistema alerta o piloto, caso detecte algum risco, por meio de vibrações nas manoplas. Um sistema de inteligência artificial ligado à rede em nuvem com 5G coleta dados e faz a moto aprender conforme os pilotos guiam seus modelos e dividem informações com outras motos da marca. O motor elétrico gera 150 kW ou 200 cavalos. De acordo com a Damon, a Hypersport é capaz de acelerar de zero a 100 km/h em menos de 3 segundos e pode chegar a 320 km/h. A versão padrão Hypersport HS custa US$ 24.995 ou R$ 108 mil. A previsão é de que as primeiras motos sejam entreguem no segundo semestre de 2021.
Por: Edmundo Dantas/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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