2.400 cavalos, 611,9 kgfm de torque e 4,5 toneladas – uma relação peso-potência de 1,9 kg/cv. Apesar do que os números indicam, não se trata de um foguete. É o Iron Knight (Cavaleiro de Ferro), um caminhão da Volvo que chega ao Brasil para participar da Fenatran, maior evento do setor de caminhões da América Latina, que ocorre na capital paulista de 14 a 18 de outubro. Detentor de dois recordes mundiais (de zero a quinhentos metros e de zero a mil metros) homologados pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), o Iron Knight é um exemplar único, feito com um só objetivo: obter a performance máxima e ser o caminhão mais rápido do mundo.
O Iron Knight foi construído para demonstrar a capacidade da Volvo para extrair desempenho excepcional de seus caminhões. Usando a mesma base mecânica do Volvo FH, o veículo foi preparado para gerar uma potência incrivelmente superior à dos caminhões de série. O motor é do modelo D13 convencional, com modificações externas para alcançar desempenho máximo: duas entradas de ar com filtros abertos, quatro turbocompressores e três intercoolers refrigerados a água. O software que faz a gestão eletrônica foi reprogramado para oferecer alto rendimento e a montagem no chassi foi feita em posição central, para melhor distribuição de peso.
Já a caixa de marchas I-Shift é igual à do Volvo FH de produção em série. As únicas diferenças são o sistema de dupla embreagem, que permite manter o torque alto durante as trocas de marcha, e um disco de embreagem reforçado com materiais especiais para suportar o torque brutal. A aerodinâmica da cabine foi otimizada. Grandes tomadas laterais captam ar para os radiadores resfriarem o motor com alta eficiência. O chassi tem reforços que asseguram mais rigidez estrutural para o caminhão entregar potência máxima. O Iron Knight usa pneus Goodyear de medida 315/70 R22.5 no eixo direcional e 495/45 R22.5 no eixo de tração. “Fizemos o Iron Knight para mostrar a alta resistência do trem-de-força Volvo em condições extremas. O caminhão usa a mesma transmissão I-shift e tem um motor com os mesmos componentes internos dos motores que equipam nossos veículos de produção regular, mas com preparação que atinge potência quase cinco vezes superior”, explica Alcides Cavalcanti, diretor comercial de caminhões da Volvo.
As quebras de recorde do Iron Knight foram feitas em pista fechada em Västerås, na Suécia, sob supervisão da FIA. Em uma longa reta, o caminhão percorreu a distância de um quilômetro em dois sentidos (ida e volta), para anular a influência do vento. A velocidade e o tempo médios foram calculados com base nas duas passagens. O recorde homologado é o tempo médio dos dois percursos. Na quebra do recorde mundial, o Iron Knight percorreu a distância de zero a mil metros em apenas 21,142 segundos, com uma velocidade média de 170,277 km/h. Na mesma prova, também foi batido o recorde mundial dos zero a quinhentos metros, atingidos em apenas 13,673 segundos, com 131,646 km/h de velocidade média. A máxima do caminhão chegou a 276 km/h. A aceleração de zero a 100 km/h é feita em apenas 4,6 segundos.
É a primeira vez que o Iron Knight participa de eventos fora da Europa. Antes de chegar ao Brasil esteve também na Argentina e no Chile. Durante a Fenatran, além de poder ver de perto esse caminhão, os visitantes poderão participar de sessões de autógrafo com Boije Ovebrink, que conduziu o Iron Knight na quebra dos recordes mundiais. O piloto sueco tem mais de trinta anos de experiência em provas de velocidade. Vencedor do campeonato europeu de corridas de caminhão em 1994, nos últimos anos tem se dedicado a quebra de recordes de velocidade com veículos pesados. Antes do triunfo com o Iron Knight (2016), Ovebrink já havia quebrado outros recordes a bordo de caminhões Volvo, com o Wild Viking (2007) e o Mean Green (2010). “O Iron Knight pode ser descrito com apenas uma palavra: perfeição. O caminhão entrega uma potência insuperável quando pisamos fundo no acelerador. Esse foi o terceiro Volvo que pilotei para quebrar recordes, e ele tem um desempenho incomparável”, avalia Ovebrink.
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