O scooter PCX 150 lidera o segmento com larga folga desde o seu lançamento, em abril de 2013. Então, por que uma fabricante mudaria um produto assim? Talvez fosse melhor e menos custoso continuar fazendo pequenos ajustes para manter a moto atualizada. Afinal, são mais de 135 mil unidades vendidas no Brasil, uma média superior a 20 mil motos por ano. Mas como se trata de um produto global, a Honda preferiu não esperar a concorrência local evoluir mais e ameaçar sua liderança. E então surge o novo (não parece novo, mas é) Honda PCX 2019, agora em três versões: STD, DLX e Sport.
A principal diferença entre as três novas versões do Honda PCX 2019 está nos freios. Na versão básica (STD), está mantido o mesmo sistema de freios do modelo 2018, com disco na dianteira e tambor na traseira com o CBS (Combined Brake System), aquele que, ao acionar o manete do freio traseiro, uma parte da força aciona também o freio da roda dianteira. Já as versões DLX e Sport ganharam disco também na roda traseira e o ABS, porém, de uma via, ou seja, atua apenas na roda dianteira, ao contrário de sua principal concorrente – Yamaha NMax, que tem ABS nas duas rodas. A Honda fica devendo o ABS na roda traseira, o que talvez fosse o caso de colocar na versão Sport. O PCX 2019 DLX e o Sport ganharam ainda o Smart Key System (chave presencial), que permite utilizar o botão da trava do guidão, a ignição, a abertura do assento e a tampa do bocal de combustível.
O motor permanece o monocilíndrico OHC com 149,3 cm³, quatro tempos, arrefecimento a líquido e injeção eletrônica e 13,2 cavalos de potência máxima a 8.500 rpm e 1,38 kgfm de torque máximo a 5 mil rpm. A transmissão é CVT. O PCX 150 STD vem em duas opções de cores (prata metálico e azul perolizado) e seu preço público sugerido é de R$ 11.620. Os outros dois – DLX e Sport – estão disponíveis em cor única para cada versão: branco perolizado com detalhes em marrom no DLX e prata metálico com detalhes em vermelho no Sport. Esses dois têm também o Smart Key (partida sem chave) e o preço é maior: R$ 12.990.
Impressões ao pilotar
Pelas ruas manauaras
Pode até não parecer, mas mudou tudo no scooter PCX 150. A começar pelo chassi, que recebeu um mudança fundamental para melhorar o que é a grande reclamação dos consumidores: a suspensão dura na traseira. Aliás, essa é a reclamação de todos os consumidores que compram scooter no Brasil, face ao péssimo estado de conservação de nossas ruas, avenidas e estrada. A mudança no chassi serviu para alterar a posição de ancoragem dos amortecedores traseiros, que agora estão em posição menos inclinada – era 25 graus e agora está com 10 graus. A mudança reposicionou o motor no berço duplo, e as duas alterações melhoraram o equilíbrio do scooter e tornaram a suspensão traseira mais macia e com mais curso – 85 milímetros contra 100 milímetros, além de aumentar o espaço sob o banco.
Essa diferença foi percebida no test-ride que a Honda proporcionou nas ruas (ruins e muito esburacadas) de Manaus (AM). E é de fato uma enorme evolução, com aquelas pancadas secas na coluna vertebral já não tão sensíveis. Ponto para o PCX 2019! As rodas têm novo desenho e os pneus são mais largos (passaram a ser 100/80-14 na dianteira e 120/70-14 na traseira – antes, 90/90-14 e 100/90-14). Há um novo e maior porta-luvas do lado esquerdo do painel, onde está a tomada 12V e um bom espaço para um smartphone e mais alguma coisa. A iluminação é full led e o painel é totalmente digital e com informações completas, inclusive com computador de bordo. Tecnicamente, além da mudança na suspensão, o mapeamento de injeção foi ajustado ao novo catalisador no escapamento, já preparando a moto para as normas de emissões mais rígidas que virão no futuro.
Claro que todas as mudanças implicaram em um design pouco diferente, mas quase imperceptível aos olhos dos consumidores. A iluminação em leds é o que mais chama a atenção e deixa o PCX 2019 mais bonito. “Nossas pesquisas sobre o produto mostram que 40% de quem compra o PCX é o público feminino e que 85% têm automóvel”, explica Alexandre Cury, diretor comercial da Honda, justificando essa evolução e enfatizando que trata-se de um consumidor muito exigente e que deseja produtos evoluídos tecnologicamente.