Nos últimos anos, um dos temas mais debatidos no meio automotivo foi como será o futuro da mobilidade com os veículos autônomos. Até uma moto autônoma foi apresentada pela BMW Motorrad, em setembro do ano passado, durante o BMW Motorrad Techday 2018, no campo de testes da marca em Miramas, Sul da França. Desenvolvido pela equipe do engenheiro Stefan Hans, em Munique, o protótipo autônomo continua passando por desenvolvimentos e foi um dos destaques do estande da BMW na Consumer Electronics Show (CES), que aconteceu de 8 a 11 de janeiro em Las Vegas, nos Estados Unidos.
O desenvolvimento de uma motocicleta autônoma envolve um inevitável paradoxo. Um dos maiores prazeres que uma motocicleta proporciona é justamente permitir que o piloto faça manobras, percorra caminhos e visite lugares que por outro meio não seria possível. Então, falar de uma moto autônoma – ou seja, que se movimenta sozinha – parece um contra-senso e que não faz nenhum sentido para quem gosta de pilotar.
Mas a própria BMW se apressa em esclarecer que não é seu objetivo fazer uma moto completamente autônoma. A empresa utilizou toda sua tecnologia para desenvolver uma moto – nesse caso, uma R 1200 GS, a bigtrail mais vendida do mundo – que é capaz de ligar, acelerar, fazer curvas, frear e parar sozinha. Segundo a BMW Motorrad, o desenvolvimento da moto-conceito tem como objetivo trazer novas soluções em termos de pilotagem e que envolvam situações de perigo e manobras de alta complexidade. Afinal, a moto autônoma pode ajudar o piloto a aprimorar permanentemente as suas habilidades, pois o veículo “sabe” fazer curvas perfeitas e encontrar sempre os momentos ideais de frenagem e aceleração.
Conforme a BMW Motorrad, a tecnologia criada a partir desse projeto deve servir como uma plataforma para o desenvolvimento de futuros sistemas para tornar a condução de uma motocicleta ainda mais segura e confortável. Como por exemplo: a moto ser capaz de detectar preventivamente situações perigosas e apoiar o piloto com sistemas auxiliares para evitar acidentes. Ou seja, o objetivo é desenvolver sistemas que possam assumir o comando da moto em situações extremas de perigo.
Algumas das tecnologias que compõem a moto autônoma da BMW já existem em vários modelos, como o controle de tração, o acelerador eletrônico e o ABS. Esse componentes, quando comandados pelo computador, auxiliam o piloto em determinadas situações. O protótipo da motocicleta autônoma da BMW pode acelerar, fazer curvas e frear sozinha, mas a ideia é aprofundar essas capacidades da moto de agir sozinha em casos bem específicos, sem tirar do piloto a sua própria autonomia de conduzir o veículo como e por onde desejar.