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Em qualquer segmento da economia e em qualquer lugar do mundo, um crescimento anual de quase 50% é algo que merece ser muito comemorado. Foi o que aconteceu este ano na indústria brasileira de caminhões, na qual o número de emplacamentos foi 46,7% maior que os de 2017. O ano se encerrou com 76.431 caminhões emplacados no país, uma evolução expressiva em relação aos 52.069 de 2017, mas ainda muito distante de 2011, ano recorde do setor no país, quando foram emplacadas 172.661 unidades. Ou seja, a trajetória recessiva dos últimos seis anos aparentemente foi interrompida, porém, ainda há muito o que crescer até que as indústrias do setor retomem seu potencial. Estima-se que a indústria brasileira de caminhões tenha utilizado pouco mais de um terço de sua capacidade instalada de produção em 2018. Segundo o balanço da Anfavea, a associação que reúne os fabricantes de veículos no país, de janeiro a novembro, a produção de caminhões deve fechar o ano em torno de 107 mil unidades, um avanço de cerca de 30% na comparação com os 82.887 caminhões produzidos no país ano passado. As exportações devem atingir a marca de 30 mil caminhões em 2018, acima das 28.288 unidades de 2017.

A expansão das vendas em 2018 foi fortemente puxada pelo setor de pesados, responsável por aproximadamente 45% dos emplacamentos – em 2017, o segmento respondeu por 36% das vendas. Os semi-pesados responderam por cerca de 25% das vendas, os leves, por 15,5%, os médios, por 8,5% e os semileves, por 6%. Entre as marcas, a Mercedes-Benz consolidou a liderança, com aproximadamente 29% dos caminhões emplacados em 2018. Superou a Volkswagen/MAN, que atingiu 26,7%. A Volvo emplacou 14% das vendas, seguida por Ford, com 12%, e Iveco, com 3,7%. Entre os modelos, o ano se encerrou com uma disputa apertada pela liderança entre o Scania R440 e o Volvo FH 540, os únicos que superaram as 4 mil unidades vendidas. Foram seguidos pelo Volvo FH 460 e o Mercedes-Benz Actros 2651, ambos com mais de 3 mil unidades emplacadas.

Em termos de produtos, os mais importantes foram o lançamento da nova geração de caminhões Scania, do novo Ford Cargo Power, do Iveco Hi-Road e da edição comemorativa dos 25 anos da linha Volvo FH. Líder do setor este ano, apesar de não ter apostado tanto em novos produtos, a Mercedes-Benz investiu R$ 500 milhões na remodelação de sua fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, para transformá-la em uma das unidades mais modernas da marca no mundo. Outra inovação importante da Mercedes foi a inauguração do Campo de Provas de Iracemápolis, junto à fábrica de automóveis da marca, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento local de caminhões e ônibus.

Destaques de 2018 no setor de caminhões no Brasil

Remodelação da fábrica da Mercedes-Benz no ABC Paulista

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Na chamada “Indústria 4.0”, máquinas interconectadas conversam e trocam comandos entre si, armazenam dados na nuvem, identificam defeitos e fazem correções sem precisar de ajuda humana, a partir de informações fornecidas em tempo real. A união do conceito de internet das coisas com a automatização industrial acrescenta inteligência à manufatura e aumenta a produtividade. Nessa linha, a Mercedes-Benz resolveu renovar totalmente sua fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, reinaugurada em março. Ao longo dos últimos cinco anos, a marca investiu cerca de R$ 500 milhões para automatizar a fábrica onde são montados todos os caminhões da fabricante feitos no Brasil.

Ford Cargo Power

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A Ford lançou em abril sua linha Cargo Power 2019, com seis integrantes. O destaque foi o novo Cargo 2431, um trucado estradeiro. O semipesado 6×2 trouxe um novo motor, que garante acréscimo de 16 cavalos na potência e ganho de torque de 15,2 kgfm em relação ao Cargo 2429 6×2, que segue em vendas pela marca. A grande estrela do Cargo 2431, com peso bruto total de 24 toneladas, é o propulsor Cummins ISB 6.7, capaz de entregar 306 cavalos em 2.100 rpm e torque de 112 kgfm, disponível em uma faixa ampla de 1.100 a 1.900 rpm. Ele trabalha em conjunto com uma transmissão manual de 9 marchas ou automatizada Torqshift de 10 velocidades. Outro ponto de destaque do novo motor é o sistema de tratamento de emissões com Arla, que tem maior tolerância à variabilidade do combustível e custo total menor comparado aos que utilizam sistema EGR, de recirculação de gases.

Campo de Provas da Mercedes-Benz

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Reproduzir um pouco do que o tempo, a natureza, o uso intensivo e o descaso do poder público fizeram pelas ruas e estradas brasileiras nas últimas décadas é a proposta do Campo de Provas da Mercedes-Benz do Brasil. Localizado ao lado da fábrica de automóveis em Iracemápolis, onde há dois anos são produzidos o sedã Classe C e o crossover GLA, tomou por base um modelo similar ao da Daimler em Wörth, na Alemanha, um dos mais modernos do segmento de veículos comerciais da marca e também do setor em todo o mundo. Inaugurado no dia 15 de maio, recebeu investimentos da ordem de R$ 90 milhões para se tornar o maior campo de provas de veículos comerciais do Hemisfério Sul e o mais avançado e tecnológico do Brasil nos segmentos de transporte de cargas e de passageiros.

Nova geração de caminhões Scania

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Rentabilidade e segurança foram os principais focos da nova geração de caminhões Scania, lançada na Europa no ano passado e que chega em 2019 aos mercados da América do Sul. No Brasil, onde os caminhões são produzidos na fábrica da marca sueca na cidade paulista de São Bernardo do Campo e exportados para todo o continente, o lançamento foi em outubro e as vendas começaram em novembro, com as primeiras entregas agendadas para fevereiro. Nas cabines da nova geração de caminhões Scania, a reformulação foi radical. Não há sequer uma peça em comum com as cabines P, G e R oferecidas até então. A versão Euro 5 dos motores XPI da nova geração de caminhões na Europa, já é utilizada a versão Euro 6, que foi desenvolvida com tecnologia de alta pressão de injeção de diesel. O número de propulsores usados pelos caminhões Scania subiu de três para quatro, com 11 potências: 7,0 litros de 220, 250 e 280 cavalos, 9,0 litros de 280, 320 e 360 cavalos, 13,0 litros de 410, 450, 500 e 540 cavalos e 16,0 litros de 620 cavalos. O de 540 cavalos faz sua estreia mundial no Brasil.

Volvo FH 25 anos

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O Volvo FH é um dos mais bem sucedidos modelos da indústria mundial de caminhões. Com 1 milhão de unidades comercializadas em todo o mundo, o cavalo-mecânico pesado já teve mais de 90 mil emplacamentos no Brasil, onde desembarcou em 1993. E para comemorar o quarto de século do FH nas estradas nacionais, a marca sueca apresentou em novembro no Brasil a série limitada comemorativa “FH 25 anos”. Está disponível nas versões 6×2, com motor de 460 cavalos / 234,5 kgfm, e 6×4, com motor 540 cavalos / 265 kgfm e adota a cor vermelho perolizado, em uma referência às primeiras unidades importadas da Suécia.

Iveco Hi-Road

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Lançado em dezembro em substituição ao Stralis, que deixou de ser produzido no início do ano, o Hi-Road passa a formar, junto com o Hi-Way, a “Hi-Family” de cavalos mecânicos pesados da Iveco. Fruto do investimento de US$ 30 milhões, dos US$ 120 milhões que serão destinados ao desenvolvimento de novos produtos até 2019, o Hi-Road incorpora, segundo a Iveco, os principais benefícios e atributos já consagrados no Hi-Way – motores, transmissões e diferenciais são os mesmos. É produzido na unidade da Iveco em Sete Lagoas (MG) nas versões 4×2, 6×2 e 6×4 , com uma cabina totalmente nova, menor que a do Hi-Way. Os motores da linha Hi-Road são o Cursor 9 e 13, da FPT Industrial, com seis cilindros em linha. O Cursor 9 tem potência de 360 cavalos (4×2) e o Cursor 13 tem duas faixas de potência, 400 cavalos (4×2 e 6×2) e 440 cavalos (4×2, 6×2 e 6×4), com torque máximo de 229,5 kgfm. A transmissão é automatizada de 16 velocidades à frente mais duas marchas à ré

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