A 76ª edição do Salão de Motos de Milão (Eicma 2018), que aconteceu de 8 a 11 de novembro na cidade do Norte da Itália, reuniu 1.200 marcas de 42 diferentes países. A maior exposição de motocicletas do planeta lotou de fanáticos pelo mundo das duas rodas os seis megapavilhões e transformou a ‘capital da moda’ na ‘cidade da moto’. Lá, era possível de se ver novos modelos, equipamentos de segurança, inovações tecnológicas e veículos elétricos. Mas o que muitos querem ver mesmo são as superesportivas, esportivas e sport tourings, que aceleram forte no imaginário de muitos motociclistas. Entre os destaques, o lançamento mundial da Ducati Panigale V4R, que custará 39.990 euros, pouco mais de R$ 170 mil na conversão direta. Mas nem só de marcas italianas se faz o Salão de Milão. BMW, Honda e Triumph também apresentaram seus candidatos a futuros astros das pistas.
Esportividade em destaque no Eicma 2018
Ducati Panigale V4R
A marca italiana revelou toda sua a linha 2019 com destaque para a Ducati Panigale V4R, considerada uma moto de rua com ‘espírito’ de pista. Modelo mais potente da Casa de Borgo Panigale, a superesportiva é equipada com motor de quatro cilindros em “V”, a 90 graus, com 221 cavalos de potência máxima – e que pode chegar a 234 cavalos com a instalação de um escapamento esportivo. A carenagem do novo modelo foi projetada e desenvolvida pela Ducati Corse – divisão de competição da marca – em parceria com o Ducati Style Center. Tudo pensado para melhorar a eficiência aerodinâmica em alta velocidade. A moto ganhou ainda peças em fibra de carbono, suspensões ajustáveis e muita eletrônica embarcada. Com a Panigale V4R, a Ducati competirá no Campeonato Mundial de Superbike em 2019.
BMW S1000RR
A estrela do estande da BMW em Milão foi, com certeza, a S 1000 RR 2019. Nova do farol à rabeta, passando por suspensões, pacote eletrônico e motor, que agora entrega 207 cavalos de potência máxima. O novo propulsor da superesportiva alemã – um quatro cilindros em linha é quatro quilos mais leve se comparado à versão anterior. A redução de peso se deve em parte à adoção de válvulas de titânio. Apesar de uma complexa evolução – motor e ciclística –, o modelo 2019 perdeu um pouco de sua agressividade estética. Está parecido com suas concorrentes japonesas.
Honda CBR650F e CBR500R
A nova Honda CBR650F traz um desenho mais radical, melhor ergonomia, luzes de leds e conta ainda com painel de LCD, que incorporou indicador de marcha engatada. O modelo ganhou ainda novas rodas. Além disso, quadro e suspensão foram revisados. Dessa forma, a ciclística da sport touring japonesa está seis quilos mais leve. O motor DOHC de 16 válvulas e 649 cm³ foi otimizado e agora oferece mais 5% de potência acima das 10 mil rpm. O pico de potência fica na casa dos 95 cavalos, disponível a 12 mil giros. Com uma nova configuração, o motor – que usa e embreagem assistida – oferece agora mais potência e torque em baixos e médios regimes de rotação. Outra novidade é a adoção do controle de tração. Toda a família 500 da Honda teve melhorias para 2019. A CBR500R ganhou iluminação de leds, novo painel de instrumentos LCD, que conta agora com indicador de marchas – excelente função para iniciantes – e atualização na suspensão dianteira. O seu motor de dois cilindros ganhou 4% de potência e está mais esperto em baixas rotações. O pico de potência é de 48 cavalos a 8.500 rpm, com torque máximo de 4,38 kgfm a 7 mil rpm.
Triumph 765
James Toseland, duas vezes campeão mundial de Superbike, é o novo embaixador da marca inglesa. No Salão de Milão, a Triumph exibiu o motor que está praticamente finalizado e será utilizado a partir de 2019 na categoria Moto2, do Mundial de Motovelocidade. Ou seja, no próximo ano, o motor Honda de quatro cilindros, 600cc, será aposentado, entrando no grid o Triumph de três cilindros, 765 cc, tradicional configuração da fabricante inglesa. Pelo que tudo indica, esse propulsor, mais amansado, deverá equipar também a nova esportiva Triumph 765.
*O jornalista do MinutoMotor viajou à convite do ITA – Italian Trade Agency – e também do ICE – Agência para a internacionalização das empresas italianas.
