A Yamaha MT-07 chega a sua segunda geração. O design da motocicleta lançada no Brasil em 2015 está mais agressivo, o conjunto de suspensão, aprimorado e os bancos foram redesenhados. Já o motor é o mesmo da versão anterior: dois cilindros em linha de 689 cc, quase 75 cavalos de potência máxima (9 mil rpm) e o torque máximo de 7 kgfm (6.500 rpm). Disponível nas cores Racing Blue (azul metálico), Matt Gray Fluo (cinza metálico fosco) e Matt Black (preto fosco), a MT-07 modelo 2019 chega nas revendas já no próximo dia 20, com preço sugerido de R$ 33.790, mais frete.
Com 992 unidades emplacadas de janeiro a setembro, agora com a reformulação da MT-07, a Yamaha quer crescer ainda mais no mercado naked. Não será por falta de bons motivos. Uma das principais características dessa moto é seu torque, que é distribuído de forma bastante linear. De comportamento dócil e ao mesmo tempo vigoroso, isso vem em função da tecnologia Crossplane, que garante entrega da força e potência sem buracos na aceleração. Com apenas 183 quilos em ordem de marcha, a naked da Yamaha tem a melhor relação peso/potência da categoria: 2,4 kg/cv.
As mudanças no desenho começaram pelo novo tanque de combustível (14 litros), com destaque para os defletores de ar e abas do radiador. O para-lama dianteiro e o farol dianteiro também foram remodelados. O painel de instrumentos, de posicionamento ao centro, tem display em LCD totalmente digital. Conta com relógio, indicadores de marcha e combustível. Outros destaques são o conta-giros em barras de 4 mil a 8 mil rpm, que indica, além da rotação, a faixa de maior torque e o fundamental indicador de marchas.
Completo, o painel oferece várias outras informações como hodômetro total e parcial, consumo médio e instantâneo, F-trip (hodômetro parcial de reserva de combustível), temperatura do líquido de arrefecimento e do ar de admissão e indicador “Eco”, que mostra quando a motocicleta está consumindo de maneira eficiente o combustível considerando rotação do motor, ângulo de abertura da borboleta, velocidade da motocicleta e indicador de marcha.
A principal mudança ficou mesmo na parte ciclística. Os amortecedores dianteiros ganharam nova calibragem – mola e óleo – e agora o comportamento é mais firme. Já o amortecedor traseiro (monocross) traz ajuste de retorno, além das nove regulagens de compressão da mola, similar ao da “irmã mais velha”, a MT-09. Em termos práticos, segundo a Yamaha, essas mudanças dão à nova MT-07 maior agilidade, controle, estabilidade e segurança. No aspecto segurança, a nova geração da naked está equipada com sistema de freios formado por dois discos flutuantes de 282 milímetros e pinças de quatro pistões cada na dianteira, um disco de 245 milímetros e pinça simples na traseira, e claro, sistema ABS.
Impressões de pilotagem
Poder do torque
A grande característica da MT-07 2019 é seu torque generoso – quase 7 kgfm, disponíveis a 6.500 giros. Isso reflete em muita agilidade no trânsito urbano e também poucas trocas de marcha. Em muitos modelos, as reduções são necessárias para que a moto ganhe velocidade. Não é o caso da MT-07. Por exemplo, rodando em velocidade baixa e em quarta marcha, o piloto vai dosando bem o acelerador e, consequentemente, a entrega de torque à roda traseira. Nessa hora, a naked se transforma em um scooter, de tão controlada e fácil que é a condução. Na moto da Yamaha, tanto torque quanto potência (74,8 cavalos a 9.000 rpm) são entregues de forma bastante linear.
O novo conjunto de suspensão deixou a moto mais firme, mas não tem a pretensão de ter o mesmo desempenho de uma superesportiva. Com nova mola e óleo, a suspensão dianteira absorve bem os impactos com o piso. A traseira, com ajuste do retorno da moto, oferece mais controle. A sensação de segurança também se dá pelos freios, com sistema ABS, que não deixa as rodas travarem. Na dianteira com discos duplos e na traseira com disco simples, os freios dão conta do recado. Para ajudar no trabalho, a moto conta com pneus de perfil esportivo. O conjunto ciclístico, aliado à geometria do chassi tubular, ajuda a MT-07 a fazer mudanças bruscas de direção com muita propriedade, e contornar curvas se torna um grande prazer, com total segurança.
Outro item que agradou foi a ergonomia. O piloto fica praticamente com os braços retos (guidão largo), coluna mais ereta e pernas semiflexionadas, que se encaixam perfeitamente ao desenho do tanque de combustível. Assim, a condução é feita de forma bastante relaxada.
Entre os pontos mais elogiáveis estão a agilidade e a versatilidade – características que se destacam em função do torque do motor, que é liberado desde as baixas rotações – e o novo conjunto de suspensão, que deixou a moto mais firme e equilibrada. O painel de instrumentos em LCD, 100% digital, com múltiplas funções e indicador de marchas no centro, disponibiliza informações com fácil visualização. Já os itens que mereceriam evolução estão a ausência de alça para o garupa – item que é essencial para transportar um passageiro com mais segurança – e o assento muito duro. Apesar do novo desenho do banco, mais amplo e mais largo, em viagens mais longas, o piloto sente certa fadiga. E, para uma moto que chega ao consumidor final na casa dos R$ 35 mil, tecnologias como controle de tração e modos de pilotagem, ausentes na MT-07, já seriam bem-vindas.