Em sua linha 2019, a naked Honda CB 250F Twister traz novidades interessantes. Passa a contar com sistema de freios combinados (CBS – Combined Brake System) em sua versão de entrada, que aumentam a segurança na pilotagem, principalmente para motociclistas com pouca experiência. Outras inovações ficam por conta do design renovado e novas cores – destaque para o exclusivo laranja na versão ABS –, iluminação de leds e painel 100% digital. Os preços agora variam de R$ 13.990 (CBS) a R$ 14.990 (ABS), base Estado de São Paulo. Ou seja, apesar de ter recebido os freios combinados, o valor da versão de entrada permaneceu o mesmo. Já na topo de linha, com freios com ABS, o preço final foi reduzido em mais de R$ 500. A Honda explica que adotou a nova política de preços em função do aumento da produção e, consequente, incremento nas vendas. Com maior volume, o preço da versão com ABS ficou menor.
Na nova Twister, os motociclistas iniciantes têm no sistema de frenagem CBS um real facilitador de paradas seguras e em espaços mais curtos. O CBS corrige a falta de informação e os maus hábitos de frenagem, que privilegiam o uso do freio traseiro em detrimento do dianteiro, invertendo assim a correta prioridade de uso. Já na versão topo de linha, a Twister 250 conta o sistema de freios ABS. O princípio de funcionamento é o de impedir o travamento das rodas em qualquer condição, mantendo o máximo de poder de frenagem sem que isso resulte em travamento e perda de aderência dos pneus com o solo. Detalhe: a moto conta com pneus radiais e com medidas 110/70 – 17 na dianteira e 140/70 – 17 na traseira. Outro diferencial do conjunto de suspensão é o uso de amortecedor hidráulico traseiro com duas molas, solução apresentada desde seu lançamento.
Para atrair um público mais jovem, a CB Twister recebeu conjunto traseiro com lanterna e piscas “full leds” e painel “black-out”. Na versão 2019, foram introduzidos no computador de bordo dados sobre consumo médio e instantâneo. Infelizmente, a Honda não inseriu no painel um indicador de marchas, bastante útil para os iniciantes no mundo das motos.
A CB Twister está equipada com motor monocilíndrico, quatro tempos, arrefecido a ar de 249,5 cm3, com comando de válvulas simples no cabeçote (OHC – Overhead Camshaft) de quatro válvulas e alimentado pela injeção eletrônica de combustível PGM-Fi (Programmed Fuel Injection). Com tecnologia bicombustível, o propulsor oferece potência máxima de 22,4 cavalos a 7.500 rpm e 2,24 kgfm a 6 mil giros abastecido com gasolina. Com o combustível vegetal, a potência é de 22,6 cavalos a 7.500 rpm, com torque de 2,28 kgf.m a 6.000 giros. Com a atualização do modelo, a Honda poderia ter mudado também o escapamento por um com desenho mais moderno, talvez seguindo o mesmo padrão usado na linha CB 500 (pentagonal).
A CB Twister ABS, na exclusiva cor laranja, se destaca pelas rodas na mesma tonalidade, que remete à RC 213V pilotada pelo campeão Marc Márquez, atual líder do Mundial de Motovelocidade, categoria MotoGP. A CB Twister vermelha pode ser escolhida com freios ABS ou CBS, enquanto as versões prata metálico e branco vêm exclusivamente no modelo de entrada. Para a nova Twister, a Honda oferece ainda três anos de garantia sem limite de quilometragem e sete trocas de óleo.
Impressões ao pilotar
Parada certa
Na prática, como funcionam os freios combinados? Ao pressionar o pedal, parte da força de frenagem é enviada ao disco dianteiro. De forma mais técnica, a moto trabalha com dois circuitos hidráulicos, um exclusivo para o freio dianteiro. O segundo circuito é duplo e ligado ao pedal de freio. Ou seja, ele manda a pressão hidráulica atuar nos discos traseiro e dianteiro. Com uma segunda mangueira, o sistema CBS atua no cáliper, que aciona apenas o pistão central (dos três que “mordem” o disco) do disco dianteiro. Para uma frenagem ainda mais eficiente, a dica é acionar os dois comandos – pedal e manete. Assim, a redução da velocidade se dará de forma mais homogênea e segura, em espaços menores e com maior controle da moto. Tudo em nome da segurança.
O motor monocilíndrico da pequena naked da Honda entrega força e potência de forma linear. Em função de sua arquitetura e menor número de peças, a vibração é quase zero. Porém, o que impressiona mesmo é seu desempenho, principalmente em baixos e médios giros, dando bastante agilidade ao modelo em perímetro urbano, no qual o torque é usado com mais ênfase. Para ajudar nesse trabalho, a Twister tem seu motor acoplado ao câmbio de 6 velocidades, com engates suaves e precisos, muito útil para ciclos urbanos.
Na estrada, com a última marcha engatada e rotação na casa dos 5 mil giros, a nova Twister atinge 105 km/h ainda tem fôlego para alcançar maior velocidade. Mas para ganhar mais segurança em uma ultrapassagem, vale a redução de marcha e um giro mais vigoroso no acelerador. Dessa forma, a retomada se dará de forma mais eficiente. Segundo dados do Instituto de Tecnologia Mauá, a CB 250F Twister chega a 136 km/h. Mas o destaque desse monocilíndrico de 250cc é sua economia. Faz mais de 35 quilômetros com um litro de gasolina. Em função de seu tanque de combustível de 16,5 litros, a Twister 209 pode levar de São Paulo até o Rio de Janeiro ou Curitiba sem reabastecimento.
O conjunto de suspensão é outro destaque, principalmente pela utilização de amortecedor hidráulico traseiro com duas molas. Essa opção contribui para transmitir maior nível de conforto, estabilidade e absorção de impactos. Dotadas de especificações diferentes quanto à rigidez, as molas cumprem tarefas distintas: a maior destina-se a absorção das irregularidades de maior amplitude. Já a menor visa a oferecer maior conforto e possibilidade de manter o pneu em constante contato com o solo. No quesito ciclística, o resultado e altamente positivo: a moto freia bem e, seja no asfalto esburacado e em pisos irregulares e com desníveis, como nas nossas estradas, o conjunto de suspensões não chega ao fim do curso, mostrando tudo seu comprometimento com a segurança e o equilíbrio do conjunto.
A escolha do pneu Diablo Rosso II, da Pirelli, para equipar a Twister ajudou no desempenho dinâmico da moto e também na absorção de impactos com o piso. Em função de sua construção, o pneu tem excelente aderência em piso seco e no molhado e oferece bom nível de segurança nas curvas.