Volvo Vera

Em um mundo cada vez mais conectado com as preocupações com o ambiente e a segurança, a Volvo propõe um novo tipo de veículo de transporte de carga com condução 100% autônoma e elétrica. O protótipo Vera é um “cavalo mecânico” que funciona sem a intervenção de um motorista tradicional – não há sequer qualquer espaço para humanos a bordo. Foi concebido para operar em transporte de carga repetitivo, em curtas distâncias e de um centro de distribuição para outro, tudo pré-definido. Esses três pilares é que tornam o veículo-conceito da Volvo viável e dentro da realidade. Ligado remotamente a uma central de controle de transportes, o Vera é quase um robô sobre rodas, pois age como uma unidade de tração, compatível para “puxar” qualquer tipo de carretas de carga. A propulsão do Vera é totalmente elétrica, sem emissões de gases poluentes e com baixo nível de ruído. O “powertrain” e as baterias são similares a dos caminhões elétricos da Volvo que já rodam na Europa.

Volvo Vera

O ponto principal da viabilidade do Vera está na proposta de o veículo circular em rotas curtas até um ponto conhecido, mesmo princípio da concepção dos chamados “bitrens” – caminhões que levam duas carretas ligadas por um reboque – inventados na Austrália para fazer o transporte de minérios de uma mina para o porto em um trajeto curto, plano e sempre em linha reta. No Brasil, no entanto, esses veículos trafegam livremente, inclusive em descidas sinuosas de serra, muito distante do propósito de origem surgido na Oceania. A própria Volvo admite que o Vera tem tecnologia para operar, por ora, apenas em “circuitos fechados”.

Volvo Vera

Segundo a fabricante, o Vera terá operação em lugares como portos e centros de logística de carga, com uma precisão de entrega e produtividade superiores às convencionais, além de poder trabalhar de forma ininterrupta, reduzindo os estoques de armazenamento e os congestionamentos de caminhões nas estradas. A marca sueca sublinha que o Vera é um complemento para o transporte de carga dos dias de hoje, não uma solução. Ao criar o seu conceito, a Volvo utilizou as tecnologias de automação ao seu alcance no momento, bem como a infraestrutura já existente ao redor de onde ele poderá atuar. “O potencial pleno do setor de transportes ainda está para ser visto. Tudo indica que a necessidade global por transportes continuará a aumentar na próxima década. Para garantir um fluxo funcional de mercadorias, podemos explorar melhor a infraestrutura já existente. O sistema de transportes que estamos apresentando agora pode ser um importante complemento para as soluções atuais e ajudar a enfrentar muitos dos desafios enfrentados pela sociedade, pelas transportadoras e pelos embarcadores”, diz Claes Nilsson, presidente mundial da Volvo Trucks.

Volvo Vera

Na prática, o sistema Vera é uma combinação de veículos elétricos autônomos com sofisticados dispositivos de câmeras e sensores robotizados espalhados sobre toda sua carroceria, projetados para localizar sua posição no trajeto de circulação com precisão de centímetros. O Vera se desloca em baixa velocidade para garantir o máximo de segurança. Cada veículo fica conectado a um centro de controle, que monitora continuamente o progresso do transporte, a posição do “caminhão-robô”, a carga da bateria, as especificações do serviço requerido pelo contratante e vários outros parâmetros.

Volvo Vera

Uma questão é recorrente quando novas tecnologias de automação surgem: no caso do Vera, o que acontecerá com o motorista tradicional de caminhões? Para a fabricante sueca, a sua proposta afetará os profissionais do volante apenas no âmbito de atuação do veículo-conceito. “Acredito que a indústria de transportes evoluirá da mesma maneira. Prevejo que haverá um nível maior de automação onde isso fizer sentido, como em tarefas repetitivas. Por outro lado, isso aumentará a necessidade de motoristas de caminhão em outras aplicações, as que conhecemos hoje, no dia a dia”, imagina Nilsson. O Grupo Volvo acaba de fazer no Brasil a primeira entrega em nível mundial de caminhões com tecnologia autônoma, destinados à colheita de cana-de-açúcar. Há também veículos autônomos em teste em operações reais como caminhões de mineração na Suécia e como coleta de lixo na Inglaterra, além de protótipos autônomos de ônibus e de equipamentos de construção.

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