Honda NXR 160 Bros ESDD 2018

Julho foi um mês e tanto para a NXR 160 Bros. Na primeira semana, quando saiu a consolidação dos números do primeiro semestre, a trail da Honda fechou 59.459 emplacamentos, o que representou 59,89% de participação no segmento Fun/Trail, e se firmou como a segunda motocicleta mais vendida do país no período – ficou atrás da city Honda CG 160 (122.084 unidades vendidas). No fim do mês, outra boa notícia: a NXR 160 Bros recebeu o Selo Maior Valor de Revenda 2018 na categoria motocicletas. De acordo com o levantamento promovido pela Agência AutoInforme em parceria com a Molicar, a “Brosinha” sofreu apenas 6,7% de depreciação após um ano de uso.

Honda NXR 160 Bros ESDD 2018

Parte dessa fase positiva pode ser creditada às inovações da linha 2018 da Honda NXR Bros, apresentada em setembro de 2017. Em termos estéticos, os grafismos passaram a ser nas cores laranja com branco, vermelho com preto ou azul com preto. No tanque, a palavra “Bros” é estampada em letras garrafais na cor predominante. O tanque, em si, fica na segunda cor – preto ou branco. Para-lamas, tampas laterais e rabeta seguem a cor principal. A lanterna traseira recebeu um visual novo e o farol foi equipado com um refletor multifocal, o que aumenta o foco e, consequentemente, reduz a dissipação da luz. Chamam a atenção os cabos do freio que se elevam e se curvam desde o reservatório de fluido de freio, que fica próximo à manete direita, e passam por sobre o painel, descendo pelo lado esquerdo.

Honda NXR 160 Bros ESDD 2018

Em termos mecânicos, permaneceu o motor monocilíndrico de 162,7 cm³, OHC, 4 tempos com refrigeração a ar, que é flex e entrega até 14,7 cavalos com etanol e 1,6 kgfm de torque, aliado a uma transmissão de cinco marchas. A novidade é que, na linha 2018, a Honda passou a adotar o sistema CBS na NXR 160 Bros ESDD. Com o CBS, parte da força de frenagem é transferida para a roda dianteira da motocicleta mesmo quando o piloto aciona apenas o freio traseiro, o que aumenta bastante a eficiência da frenagem. A Bros foi a primeira motocicleta brasileira de uso misto a adotar esse sistema. O CBS está disponível apenas na versão ESDD (Electric Start Duplo Disco), que tem freios a disco nas duas rodas. Os modelos da Bros com freios a tambor não oferecem o sistema. Em 2019, todas as motocicletas comercializadas no Brasil deverão ter ABS ou CBS.

Oferecida nas concessionárias em todo o Brasil com preço sugerido de R$ 11.760, a NXR 160 Bros ESDD tem no preço competitivo outro importante atributo para se manter à frente das principais concorrentes no segmento de motocicletas trail. Seja das “colegas de vitrine”, como as Honda XRE 300 e 190, ou das “inimigas”, como as Yamaha XTZ 150 e 250.

 

Impressões ao pilotar

Questão de confiabilidade

Honda NXR 160 Bros ESDD 2018

Rio de Janeiro/RJ – A NXR 160 Bros ESDD 2018 avaliada tinha 1.200 quilômetros rodados e ostentava os novos grafismos dos modelos 2018, nas cores laranja com branco. Logo ao sentar, percebe-se a surpreendente leveza do modelo, que pesa apenas 121 quilos, apesar de seu porte imponente. Após rodar alguns poucos quilômetros, rapidamente o piloto habitua-se com seu peso e verifica que fazer curvas é seguro e divertido. Mesmo o assento distando do solo 83,6 centímetros, até pilotos com menos estatura podem dirigi-la com facilidade, pois a posição de pilotar é agradável.

Honda NXR 160 Bros ESDD 2018

Os retrovisores estão bem posicionados, mas a eficiência melhoraria se os espelhos fossem ligeiramente convexos, o que ampliaria o ângulo de visão. Outro detalhe que mereceria uma sutil evolução é o descanso da moto. Sem um ponto próprio para acionamento, é mais facilmente operado pelo centro da haste do que pela extremidade. Com o uso, acaba perdendo a tinta preta que o reveste. O ideal é que fosse colocada uma pequena aba em algum ponto ideal do descanso, permitindo localizá-lo mais facilmente com o pé e acioná-lo. O painel, do tipo blackout, é de fácil leitura e fornece informações como velocidade, odômetro total e dois parciais, horário, piscas, farol alto, neutro, indicador da injeção eletrônica e medidor do nível de combustível. Ficaram faltando informações como tacômetro e indicadores de pressão do óleo do cárter e da marcha acionada.

Sob o comando do câmbio de cinco velocidades, o motor flex de volume de 162,7 cm³ tem funcionamento suave e baixo ruído. Também não esquenta, característica muito valorizada quando se enfrenta o trânsito caótico das grandes cidades. Impressiona bastante a elasticidade das marchas. O “powertrain” oferece excelente resposta sem que seja preciso ficar trocando marchas a toda hora. Mesmo com garupa, a retomada de velocidade é rápida. A embreagem tem a altura em um ponto correto e é de acionamento macio, característica muito bem-vinda em situações comuns de engarrafamentos do dia a dia, onde se exige a sua intensa operação. As marchas engatam com suavidade e precisão. Quase nem se percebe as marchas engatarem. Achar o ponto morto é tarefa fácil até para um recém-habilitado.

O freio é outro ponto de destaque. Foi uma decisão acertada da Honda equipar a versão ESDD com o CBS. Com discos nas rodas dianteira (240 milímetros) e traseira (220 milímetros), esse recurso inteligente é todo hidráulico. Funciona da seguinte maneira: ao acionar o pedal de freio, o sistema leva pressão para a pinça da roda traseira, e, com um pequeno retardo, aciona também a da roda dianteira com apenas 30% da capacidade. Esse retardo evita que a roda traseira perca a aderência. Na prática, a dianteira não mergulha, o que otimiza a estabilidade, a suspensão e a própria frenagem, encurtando a distância de parada se comparada ao modelo sem CBS. O sistema aumenta muito a segurança ao pilotar, principalmente para os pilotos iniciantes.

A suspensão apresentou comportamento irretocável, tanto no piso irregular da cidade quanto na terra. A estabilidade nas curvas no “fora de estrada” é impressionante, o que entrega ao piloto confiabilidade e prazer ao dirigir. Esse bom desempenho tem a ajuda do freio CBS, que contribui fortemente nas descidas mais íngremes, mesmo em estrada de terra.

Honda NXR 160 Bros ESDD 2018

O banco, com divisão para o piloto e carona, poderia ser mais confortável, algo constatável com apenas algumas horas pilotando. Se fosse um pouco mais largo, já melhoraria um bocado. O carona conta com duas largas alças para segurar. Sua posição é boa, mantém a coluna bem reta e as pernas ligeiramente flexionadas. Quando o piloto transporta carga presa com elásticos esticadores sobre o banco do carona, os elásticos tendem a arranhar a pintura das alças.

Na hora de abastecer, outras boas surpresas. A tampa de gasolina passou a ter o estilo das motos grandes, o que empresta maior sofisticação ao modelo, além de ser muito prático e funcional. Não é mais necessário ficar segurando a tampa do tanque enquanto se abastece. O consumo medido em todo o trajeto, escolhido dentre o trânsito da cidade, na estrada e no campo/estrada de terra, foi em torno de 35 km/l. Com 12 litros de capacidade do tanque, a autonomia da NXR 160 Bros ESDD 2018 chega a 420 quilômetros.

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