Sem contar com para-choques, latarias, estruturas, áreas de deformação, airbags ou nenhum dos dispositivos de segurança existentes nos automóveis, o motociclista deve confiar em sua indumentária – e, em especial, em seu capacete. Não por acaso, conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo Contran é uma infração gravíssima – pode gerar até a suspensão da carteira de motorista. E o equipamento pessoal do piloto de moto deve ser obrigatoriamente estendido ao carona, não somente para preservar o garupa como também para o motociclista não ser multado.
Uma das dúvidas mais frequentes no mundo das duas rodas é sobre a validade dos capacetes. Embora a maioria dos fabricantes coloque na etiqueta um prazo de três anos, legalmente, não existe um tempo para a vida útil do capacete. Porém, como se trata de um item fundamental para a segurança e a sobrevivência do piloto e do carona em caso de acidentes ou quedas, o que determina a validade da peça acaba sendo o bom senso de quem a usa. O ideal é que o motociclista troque o capacete sempre que a peça sofrer impactos relativos a um acidente ou se cair de uma grande altura. Nesses casos, é praticamente impossível que o capacete não venha a ter trincas ou rachaduras que possam comprometer sua efetividade na tarefa de absorver os impactos. Por menores que as avarias sejam, um capacete acidentado deve ser trocado por uma novo imediatamente.
Em uma blitz, o condutor da moto pode ser multado também pela falta do selo do Inmetro afixado no capacete e pela maneira como está utilizando o equipamento. São observados pelo agente de trânsito os seguintes detalhes: se o capacete está devidamente colocado e afivelado abaixo do queixo, se existem dispositivos refletivos de segurança nas partes laterais e na traseira do capacete, o estado geral (se há alguma avaria) e se o capacete conta com viseira ou óculos de proteção.
Além da preocupação com a segurança e com o conforto do condutor, o uso diário do capacete faz com que alguns motociclistas usem os equipamentos como “mídia social ambulante”, onde expressam seus gostos e suas personalidades. A customização dos capacetes através de pinturas é uma tendência nos últimos anos e se manifesta em diferentes vertentes. Atualmente, é comum ver pelas ruas brasileiras capacetes com grafites, pichações ou cores e emblemas de clubes de futebol. Já o público feminino prefere desenhos com flores, pássaros ou borboletas.
Tipos de capacetes
Aberto – Considerado por muita gente como o ideal para o verão, é o menos seguro dos quatro tipos homologados pelo Inmetro. O capacete aberto, pelo seu próprio design, não protege inteiramente a região do rosto, da boca, do nariz e do queixo. Existem capacetes abertos com ou sem a viseira protetora acoplada. Se o capacete não tiver viseira, é obrigatório o uso de óculos protetores complementares.
Integral – É o mais seguro e tradicional. Protege a região craniana, o rosto e o queixo e é totalmente fechado nas extremidades. Alguns têm sistemas de exaustão e ventilação para diminuir a sensação de calor na cabeça e para desembaçar a viseira.
Modular – Tem viseira flexível e articulada, que pode ser aberta em determinados momentos, como quando o motociclista estiver parado. É similar ao modelo integral porque dá a mesma proteção, mas é considerado mais pesado devido ao sistema de articulação da viseira e mais barulhento.
Off-road – Utilizado em ralis, motocross e outros esportes radicais sobre duas rodas. Ajuda na proteção em trechos de terra e em trilhas pois tem a queixeira mais alongada para aumentar a proteção de quedas e reduzir a inalação de terra e areia. Na maior parte dos capacetes off-road, fica obrigatório o uso de óculos protetores.